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Brasil zera divida externa

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008 -11h04
O Banco central divulgou que o Brasil zerou a dívida externa e, com isso, o mercado financeiro espera que o País obtenha uma boa nota de classificação de risco “o grau de investimento”.

Em 2002, nossa nota seria baixíssima uma vez que a dívida externa brasileira era de US$165 bilhões enquanto as reservas internacionais eram de apenas US$16,3 bilhões.

A partir de 2003 as exportações brasileiras, impulsionadas pelo crescimento da economia mundial, foram importante fonte de divisas para o Brasil. O Banco Central aproveitou essa entrada de capital para comprar dólares e aumentar as reservas em moeda estrangeira, que no final de 2007 chegaram a somar US$187,5 bilhões.

Parte desses dólares foi utilizada para antecipar o pagamento de várias parcelas da dívida externa. Em 2005 acertou-se a divida com o FMI e em 2006 com o Clube de Paris e, com isso, todos os compromissos após moratória foram cumpridos.

O aumento das reservas internacionais foi primordial para a redução da dívida externa brasileira.

Mas não se animem há problemas internos a resolver, para crescer, um país emergente precisa investir através da absorção de poupança interna.

A entrada de capitais reflete na taxa de câmbio, valoriza o real e atinge a balança comercial, o que reduz o superávit e causa déficit. Logo, o País terá que captar dinheiro e se tornará novamente devedor.

Segundo o Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas, as projeções de mercado indicam que, em 2008, a economia brasileira voltará ao padrão da década de 1990, ou seja, de financiamento externo.

Após cinco anos de sucessivos superávits, em 2008, o Brasil terá déficit nas contas correntes, e com isso voltará ao comportamento latino americano de endividamento externo.

Além disso, um balanço de pagamentos financiado por fluxo de capitais e não por superávits comerciais é mais instável, principalmente nesse ano de incerteza econômica mundial decorrente da crise imobiliária americana. (AA)