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Carta Grãos - Considerações e expectativas para o milho e a soja

por Rafael Ribeiro
Segunda-feira, 17 de junho de 2013 -16h35

Os mercados de milho e soja ganharam sustentação nas últimas semanas e os preços subiram.


No caso da soja, a pressão vem do mercado internacional.


Os estoques norte-americanos referentes à safra 2012/2013 são os menores dos últimos tempos e as exportações do país estão aquecidas.


O preço do milho, por sua vez parou de cair. 


A sustentação vem da menor oferta pontual no mercado interno, com o produtor estocando a produção na espera de preços melhores.


Expectativas para curto e médio prazos


Milho


A produção de milho na segunda safra deverá vir cheia em 2012/2013. Os principais aumentos de área plantada e de produção deverão acontecer em Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.


A produção recorde na segunda safra é o principal fator baixista para o segundo semestre, quando a colheita se intensificar.


Diante deste quadro, os preços dependerão do desempenho das exportações.É preciso considerar que o cenário para as exportações em 2013 é diferente do que vimos no ano passado.


Primeiro, em 2012 o mercado mundial estava aberto ao milho brasileiro, devido à quebra de safra nos Estados Unidos (2012/2013). 


Segundo, em 2013, com a expectativa de maior produção norte-americana (2013/2014), o milho brasileiro sofrerá uma concorrência maior.


Para exportar mais de 20 milhões de toneladas do grão, como em 2012, será necessário um esforço maior por parte do governo.


As exportações brasileiras se concentram no segundo semestre, ou seja, exportamos milho safrinha. Além disso, a logística no primeiro semestre fica comprometida pelos embarques de soja em grão e de farelo de soja.


Isto significa que, como os embarques de soja atrasaram este ano, podemos ter a logística comprometida até agosto. É neste momento que começam entrar no mercado os primeiros lotes de milho norte-americano.


Com isso, o cenário é de preços menores para a temporada, caso não haja quebra ou perda considerável na safra norte-americana.


A previsão de queda de preço do milho deverá impulsionar, por mais um ano, o aumento da área plantada de soja no Brasil e na América do Sul em 2013/2014.Os custos de produção deverão ser ligeiramente maiores em 2013/2014, em relação à safra 2012/2013. Com isso, à rentabilidade do milho no Brasil deverá ser menor em 2013/2014.


SOJA


O momento é de baixos estoques nos Estados Unidos (soja 2012/2013). O país está plantando a safra 2013/2014.


Este é o principal fator altista no mercado internacional de soja.


As exportações norte-americanas, referentes ao ciclo 2012/2013, estão aquecidas e dão sustentação aos preços. Verificam-se, inclusive, grandes negociações em grandes volumes com a safra 2013/2014, a ser colhida a partir de setembro.


Os EUA já negociaram 25,0% da soja 2013/2014. A China comprou 81,0% desse volume.


A movimentação com soja deverá aumentar nas próximas semanas, com a previsão de alta nos preços tanto no mercado internacional como no brasileiro. A expectativa é de maior volatilidade dos preços em curto e médio prazos.


A previsão é de queda na rentabilidade para a soja em 2013/2014. O mercado está invertido, ou seja, apontando para preços mais baixos na safra seguinte, em relação a atual.


Na América do Sul a previsão é de aumento da área plantada de soja em 2013/2014, o que representa uma pressão de baixa sobre os preços na temporada que vem. Estamos finalizando um ciclo de alta da soja. 


Por fim, em curto e médio prazos, o milho deverá se manter na casa dos US$5,00-US$6,00 por bushel na Bolsa de Chicago (CBOT).


Já a soja poderá subir para US$16,00-US$17,00 por bushel nas próximas semanas. 


Os negócios ocorrem em US$15,40 por bushel (13/6) para o primeiro contrato (CBOT).