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Produtores rurais de MS pedem suspensão de demarcação de terras indígenas e ameaçam parar o país

Sexta-feira, 31 de maio de 2013 -15h46

Produtores rurais de Mato Grosso do Sul se reuniram nesta terça, dia 28, com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para pedir a suspensão da demarcação de terras indígenas no estado até que os processos sejam submetidos a pareceres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.


A criação de novas reservas indígenas está suspensa no Paraná e também no Rio Grande do Sul por determinação do governo federal. No entanto, para Mato Grosso do Sul, estado com histórico de conflitos entre indígenas e produtores rurais, a suspensão dos processos não está autorizada.


Segundo o presidente da Frente Nacional Agropecuária, Francisco Maia, os produtores saíram da reunião desta terça sem respostas do governo.


- Chegamos com um problema grave e estamos saindo com o mesmo. Maia disse que os produtores rurais do sul do estado estão dispostos "a parar o país" para cobrar uma decisão do governo federal em relação aos conflitos fundiários em Mato Grosso do Sul. - Nosso problema é imediato.


Os produtores estão em uma situação de desespero e talvez vão ter que tomar uma posição mais contundente, mais de força, e fazer o que os trabalhadores fazem quando querem reivindicar: parar o país. Se o governo não agir imediatamente, o campo irá dar uma resposta. A gente sabe que governo não age, governo reage - disse Maia.


O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Jérson Domingos, que também participou da reunião no Palácio do Planalto, disse que a Casa Civil solicitou documentos do governo do Estado que apontem quais áreas são alvo de disputa entre índios e fazendeiros.


 - Vamos fazer chegar esses documentos em 48 horas, mas a vontade política que vi hoje aqui em Brasília não me convence de que haja vontade de dar uma solução para esses conflitos em Mato Grosso do Sul e no Brasil inteiro - avaliou.


Nos casos em que o governo já determinou a suspensão de novas demarcações, os estudos já elaborados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pelos processos, serão confrontados com levantamentos produzidos pela Embrapa.


Outras instâncias do governo, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura, também serão consultadas sobre os impactos da demarcação de novos territórios. Atualmente, 63 propriedades agrícolas estão ocupadas por indígenas no Estado.


Fonte: Rural Br. 28 de maio de 2013.