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Carta Conjuntura - Será que foi um bom negócio para a indústria frigorífica brasileira ter migrado para os EUA, diante de um quadro desses?

por Antonio Guimarães de Oliveira
Segunda-feira, 4 de março de 2013 -17h09

De acordo com o último relatório (Cattle Inventory) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de fevereiro de 2013, o rebanho norte-americano totalizou 89,3 milhões de bovinos, uma redução de 1,7% em relação a 2012, quando era de 90,8 milhões de cabeças. 


Este foi o menor número de animais registrados no país desde o início da década de 50. 


Em 1952, o rebanho bovino norte-americano somava 88,1 milhões de cabeças.


Vacas e novilhas


O total de vacas e novilhas que pariram em 2012 foi de 38,5 milhões, uma queda de 2,3% em relação as 39,4 milhões de cabeças em janeiro de 2011. Este número é o mais baixo desde 1941, quando era de 36,8 milhões de cabeças. 


A quantidade de vacas de corte nos Estados Unidos, em janeiro de 2013, foi de 29,3 milhões de cabeças, um recuo de 3,0% comparado a janeiro de 2012. 


Foi o menor número registrado desde o ínicio da série histórica, em 1960. No gráfico da figura 1, é notável um "vale" próximo a 1988, quando houve uma forte seca no país, semelhante à ocorrida em 2012.



Reposição


A safra de bezerros em 2012, com nascimentos em 2013, está estimada em 34,3 milhões de cabeças, uma queda de 3,0% em relação à safra de 2011.


Veja na figura 2 que é expressiva a diminuição da produção de bezerros, no decorrer dos anos. Em 2012 foi registrada a menor safra de bezerros desde 1949, cuja produção fora de 33,7 milhões de cabeças, segundo o USDA.


Considerações finais


Esta retração do rebanho norte-americano aconteceu principalmente em função da forte seca enfrentada em 2012, que também provocou uma pressão nos custos de produção. Entretanto, nota-se que independente disto, as quedas têm sido constantes, chegando aos atuais patamares historicamente baixos. Com a esperada queda na safra de bezerros e o menor número de vacas, fica complicada a recuperação do rebanho.


Por fim, certamente o aumento do custo de produção tem afugentado e desestimulado investimentos na atividade.


Será que foi um bom negócio para a indústria frigorífica brasileira ter migrado para os EUA, diante de um quadro desses?