No início de 2012 as perspectivaspara a safra norte-americana de grãos eram as melhores. A expectativa era de produção recorde.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimava uma safra de 95,20milhões de toneladas de soja e as projeções, para o estoque final, eram de 3,73milhões de toneladas.
No entanto, a cada relatório de acompanhamento de safra,divulgado pelo Departamento, os números caiam.
Os índices de umidade e a qualidade das lavouras norte-americanas eram cada vez piores e o mercado começava a sofrer os reflexos disso.Os Estados Unidos estavam passando pela pior seca desde 1956.
A quebra da safra 2012/2013 nos Estados Unidos deixou o mercado frenético e os preços da soja dispararam.
Estoques finais reduzidos
Os estoques finais dos Estados Unidos, segundo o USDA, reduziram para 3,39 milhões de toneladas em 2012/2013. Esse volume é o mais baixo desde 2003/2004, quandoatingira 3,05 milhões de toneladas.
A produção 2012/2013 acabou consolidando-se em 82,05 milhões de toneladas. Com a menor disponibilidade norte-americana, os compradores se abasteceramna América do Sul.
O problema é que, tanto o Brasil quanto a Argentina,vinham de uma safra também afetada pela seca.
Com isso, os estoques mundiais de soja estãoem volumes historicamente baixos e, a demanda mundial permanece aquecida, principalmente por parte da China, maior importador.
Os chineses importaram 50,23 milhões de toneladas em 2011/2012. Para a temporada atual, as estimativas do USDA apontam um aumento de 25,4% nas compras chinesas, estimadas em 63,00 milhões de toneladas de soja.
Perspectivas para 2013
A perspectiva para o Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), é de uma produção de 83,42 milhões de toneladas de soja em 2012/2013. Um aumento de 25,7% em relação à safra anterior, quando foram colhidas 66,38 milhões de toneladas.
Para os Estados Unidos, as primeiras estimativas com relação à safra 2013/2014, divulgadas pelo USDA, apontam, novamente, para recorde. São esperados 92,67 milhões de toneladas de soja.
Ainda é cedo para afirmar que estes números se consolidarão.
Para os estoques mundiais, a tendência é de recomposição, caso se confirme a maior produção no Brasil e na Argentina na temporada.
A expectativa é de que os estoques mundiais de soja atinjam 60,12 milhões de toneladas em 2013, fato que deve aliviar a pressão sobre os preços.