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Carta Gestor - Rentabilidade em 2012: caminhos opostos para agricultura e pecuária

por Gustavo Aguiar
Sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 -16h17

Todo começo de ano a Scot Consultoria calcula as rentabilidades das atividades agropecuárias e de outras opções de investimento de capital, referentes ao fechamento do ano anterior.


Nesta edição da Carta Gestor faremos uma análise destes resultados e uma comparação com os resultados de 2011.


Na liderança


Na liderança tivemos o dólar, ouro e fundos de ações, cujas rentabilidades foram de 9,3%, 15,3% e 16,6%, respectivamente.


Políticas cambiais que desvalorizaram o real, o melhor ambiente para o Ibovespa em 2012, na comparação com 2011, e a procura por ativos de baixo risco em tempos de crise, foram fatores que colaboraram para o bom resultado do dólar, fundos de ações e ouro, nessa ordem.


E para as atividades agropecuárias, como foi 2012?


Sobe agricultura de grãos, desce pecuária


Em 2012, houve dois cenários bem distintos para a agricultura de grãos e pecuária.


Dessa forma, as variações das rentabilidades frente ao ano passado caminharam em direções opostas. Melhoria para a agricultura e piora para a pecuária.


Na figura 1 um resumo de todos os resultados calculados para 2012. 



Mesmo diante da piora do cenário para a pecuária, com queda da rentabilidade frente a 2011, a rentabilidade da pecuária leiteira foi de 7,7% ao ano, considerando a atividade de alta tecnologia.


Na sequência aparece a opção da agricultura anual (milho e soja), cuja rentabilidade média foi de 7,0%. Vale ressaltar que a rentabilidade de 10% da soja, puxou a média para cima, sendo isoladamente, o melhor resultado dentre as atividades agropecuárias.


Outro ponto é que, dependendo do momento de venda considerado, em função da forte valorização do grão, esta rentabilidade, em alguns casos, chegou a dobrar em relação ao número apresentado.


Com relação à opção de arrendamento para a cana, a ligeira queda de resultado se deu em função do aumento do preço da terra em São Paulo, em conjunto com a tímida alta do preço do ATR.


Para a pecuária de corte tivemos o melhor resultado para a recria e engorda com aplicação crescente de tecnologia, cuja rentabilidade foi de 5,4% ao ano.


Na tabela 1, os resultados das atividades agropecuárias de 2011 e 2012. Setas azuis indicam melhoria de resultado e as vermelhas, queda de desempenho. 



Analisando a tabela, ficam claras as tendências opostas para agricultura de grãos e pecuária.


Enquanto a agricultura foi beneficiada por preços em alta, a pecuária foi afetada pela pressão negativa sobre as cotações para a pecuária de corte (queda de 4,2% para o boi gordo em São Paulo, considerando as médias de 2011 e 2012) e pela alta dos custos, que impactou severamente a pecuária leiteira, em função dos preços dos grãos.


Apesar da leve alta do preço do leite no ano passado, 1,2% na média nacional ponderada, o aumento dos custos, deixou o resultado da atividade leiteira de baixa tecnologia, ainda mais negativo, com rentabilidade de -2,6%, sendo este o pior resultado para atividades agropecuárias.


Pecuária: cuidados para 2013


Para 2013 o cenário para a pecuária não é exatamente dos mais animadores. A tendência para a pecuária de corte é de permanência em um cenário de mercado ofertado e pressão sobre os preços dos animais terminados e de reposição.


Para o leite, atenção total aos insumos, que iniciaram o ano em um patamar alto de preços frente ao ano passado, principalmente os grãos, importante fatia dos custos. Com relação ao preço do leite ao produtor, a demanda crescente e a concorrência devem manter o mercado sustentado em 2013.


Gestão e planejamento serão as principais armas à disposição do produtor para enfrentar os tempos difíceis.


Colaborou Rafael Ribeiro, consultor da Scot Consultoria