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Punindo o talento e assustando o capital

por Instituto Liberal
Quarta-feira, 9 de janeiro de 2013 -12h24

O Conselho Constitucional francês rejeitou a proposta do governo François Hollande de aumentar a alíquota do imposto de renda, dos atuais 45% para 75% sobre os rendimentos acima de €1 milhão. O governo informou, entretanto, que vai reformular a proposta e reenviá-la para análise.


O aumento do imposto para os mais ricos foi a peça central da campanha do presidente François Hollande nas eleições do ano passado, mas dividiu opiniões e tem encorajado alguns ricaços da França a ir embora. Muitos até já se mudaram para cidades como Londres e Bruxelas. O último deles foi o ator Gerard Depardieu: "Estou saindo porque vocês consideram criatividade, sucesso e talento motivos para punição", disse ele.


O aumento do imposto, segundo o governo, é parte importante do esforço para reduzir o déficit e a dívida públicos. A história econômica sugere, entretanto, que a alta taxação sobre os ricos costuma causar efeito contrário ao desejado, enquanto impostos módicos sobre eles tendem a incentivar o investimento, o crescimento e, consequentemente, a arrecadação. Com a economia francamente debilitada, amargando seguidos períodos de crescimento zero, esta, definitivamente, não seria a hora de assustar os "porcos capitalistas".


Impostos elevados sobre os ricos estão longe de ser um almoço grátis. Em curtíssimo prazo, eles podem até levantar a receita (embora isso não seja garantido), mas não sem um custo enorme em termos de eficiência e crescimento a médio e longo prazos. Se o orçamento é realmente a principal preocupação do governo, reformas que reduzam gastos, fechem gargalos e alarguem a base tributária são uma forma muito mais eficiente.


Por João Luiz Mauad.