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Apesar da pressão baixista, a cotação da arroba não recua

por Fabio Lucheta Isaac
Segunda-feira, 27 de agosto de 2007 -09h38
Já são duas semanas de pressão baixista intensa no mercado físico do boi gordo. Alguns frigoríficos de São Paulo, por exemplo, apregoam R$61,00/@, a prazo, para descontar o funrural, pelo boi gordo do Estado. Sai negócio nesse patamar? Não.

Para tentar sustentar tal cotação – que para se ter uma idéia de como está “fora de contexto”, encontra-se apenas R$1,00/@ acima do que é praticado na região de Cuiabá/MT e R$2,00/@ abaixo do que é praticado no Noroeste do Paraná – os frigoríficos contam com gado próprio, gado comprado a termo, gado de fora e, principalmente, abate reduzido.

Mas os levantamentos da Scot Consultoria apontam que, para realmente ter negócio em SP, é necessário trabalhar, a prazo, com pelo menos R$64,00/@ livre de funrural, ou R$65,00/@ para descontar o imposto.

Também vale a pena dar uma olhada no Indicador ESALQ a prazo, para reforçar essa impressão. Há dias ele está em baixa, mas ainda não rompeu o piso de R$65,00/@. Aliás, no último fechamento, ficou em R$65,23/@, a mesma cotação do dia anterior.

Grosso modo, o Indicador ESALQ é uma média ponderada dos negócios efetivamente realizados em SP. Portanto, ele não capta os R$61,00/@ de balcão, a não ser que realmente estejam sendo fechados negócios nesse patamar. E não é isso que está acontecendo.

Em síntese, a pressão baixista realmente esfriou um pouco o mercado, mas o boi não despencou. Ainda é cedo pra isso, a entressafra não acabou. (FTR)