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Aftosa na Europa. E agora, José?

por Fabio Lucheta Isaac
Segunda-feira, 6 de agosto de 2007 -09h54
Foi descoberto um foco de febre aftosa em Surrey, na Inglaterra, a poucos quilômetros de Londres. Ora, febre aftosa não é doença de país subdesenvolvido? A Europa não tem o melhor controle sanitário do planeta? O que diabos, portanto, o vírus está fazendo lá?

Detalhe. A Inglaterra é uma ilha, com apenas 229,85 mil quilômetros quadrados (considerando, nesse caso, toda a Grã-Bretanha, que inclui também a Escócia e o País de Gales), um rebanho de 2,4 milhões de cabeças (considerando, nesse caso, todo o Reino Unido) e um PIB de acima de US$2 trilhões. É um país desenvolvido, sem problemas de verba para a defesa sanitária. Já o Brasil é um País continente com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com milhares de quilômetros de fronteira seca com nações de controle sanitário precário, com um rebanho de mais de 200 milhões de cabeças, com quase 50% do território coberto por florestas e com um PIB de pouco mais de US$1 trilhão de dólares, metade do PIB da Inglaterra.

Mas apesar das diferenças gritantes em termos geográficos, produtivos e econômicos, os resultados em termos de defesa sanitária não são muito diferentes na comparação Brasil-Inglaterra. Aliás, se tem alguma nação que desponta, é o Brasil. Afinal, vaca louca aqui nunca teve.

Sem querer tripudiar em cima do problema inglês, o fato é que não existe risco zero em biologia. Vamos torcer para que o Reino Unido resolva logo a questão, com o mínimo de impacto possível à agropecuária local, e que o episódio sirva para arrefecer um pouco a arrogância européia. (FTR)