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Pecuária certificada: a quebra de um paradigma

por Pecuária Sustentável
Quarta-feira, 9 de maio de 2012 -15h25

Uma pecuária certificada e sustentável? Algo inimaginável há muito pouco tempo começou a tomar forma, pelo menos com um exemplo que poderá dar nova fisionomia a um dos setores mais conservadores e refratários a inovações sustentáveis.


Afinal, se existe uma atividade econômica rotulada como pouco afeita a adotar critérios de sustentabilidade em seus negócios, principalmente, aqui pelas terras de Pindorama, é sem dúvida a pecuária. No caudaloso cipoal de acusações consta a de contribuir da categoria para: desmatamento da Amazônia, degradação do solo, poluição do ar e da água, a responsabilidade por ocasionar perdas consideráveis à biodiversidade e ao agravamento do aquecimento global e das mudanças climáticas.


A FAO, órgão das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, já classificou a atividade como uma das maiores contribuintes para o acirramento dos problemas ambientais. Para complicar ainda mais a má fama dos boizinhos e vaquinhas que compõem o enorme rebanho brasileiro, com mais de 200 milhões de cabeças (2º maior do mundo atrás apenas dos EUA e 2º maior exportador de carne do planeta depois da Austrália), estudos indicam que em um hectare utilizado pela pecuária são produzidos apenas 34 quilos de carne. No mesmo espaço é possível produzir quase 4 toneladas de feijão e 6.500 quilos de milho, por exemplo. O consumo de água também é cinco vezes maior na pecuária do que na produção de cereais, de acordo com a FAO.


São argumentos poderosos para os que defendem dietas vegetarianas, ou a redução significativa do consumo de carne. As justificativas utilizadas até agora pelos conservadores pecuaristas integrantes desse poderoso setor econômico sempre foram baseados nos dividendos obtidos pelas exportações. Afinal, o dinheiro pode tudo, ou não?


Fonte: Carta Verde. Por Reinaldo Canto. 23 de abril de 2012.