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Mercado mundial de carnes: preços firmes

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 27 de junho de 2007 -09h41
De acordo com a FAO - órgão das Nações Unidas para questões de agricultura e alimentação - os preços internacionais de carnes estão firmes. O índice FAO (figura 1), em março de 2007, avançou para 121 pontos, sendo que o patamar mais baixo do período havia sido os 112 pontos de março de 2006.



A firmeza dos preços se deve à recuperação gradual do consumo mundial de carnes e ao ajuste da produção, principalmente por parte da carne bovina, com destaque para os efeitos negativos da seca na Austrália sobre o rebanho e, conseqüentemente, sobre a produção local. No início houve um aumento do volume de abates, que agora culminou em ajuste do estoque de gado e carne.

Na figura 2 é possível observar, separadamente, a evolução dos preços internacionais dos principais grupos de carne. De acordo com a FAO, os preços da carne de frango (poultry), por exemplo, depois de declinarem 18% no início de 2006, graças aos reflexos da gripe aviária, retornaram aos patamares anteriores à crise. Em março deste ano, os preços da carne de frango exportada pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que respondem por 70% do mercado mundial, reagiram 20% e 14%, respectivamente, em relação aos níveis de 2006.



A demanda por carne de frango está em recuperação, com destaque para Egito, Turquia e Vietnam, apesar do surgimento de novos casos de gripe aviária. Mas a FAO destaca que não se pode ignorar os efeitos do aumento dos custos de produção, em função da alta dos preços do milho e da soja, na valorização da carne de frango.

O aumento da demanda, principalmente em Hong Kong e no Japão, num contexto de redução das compras na América do Norte, tem mantido os preços internacionais da carne suína (pig meat) firmes. Assim como acontece com a carne de frango, os aumentos do custo de produção também ajudam a manter os preços em alta.

Mas o grande destaque é a carne bovina (beef), com preços em forte trajetória de alta. O ajuste da produção mundial sustenta a valorização do produto, mesmo com a gradual recuperação das exportações dos Estados Unidos e do Canadá. (FTR)