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Crise do agronegócio...um problema para toda a sociedade

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 27 de julho de 2005 -13h09
Crise no agronegócio. Por quê?

Clima ruim e quebra de safra, preços baixos, custos altos.

De um lado, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, tenta dar apoio às solicitações dos produtores rurais que fizeram, inclusive, um “tratoraço” em Brasília.

O pessoal do MAPA sabe que a agropecuária passa por uma crise.

De outro, representantes das forças negativas, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST, comemoram arrotando com o velho “eu não disse” que o resultado do agronegócio era uma falácia, uma mentira para defender os antigos interesses da oligarquia rural. Ah, a velha oligarquia rural, em pleno século XXI.

Sem chuva não há produção! Cai a produtividade. Soma-se ainda os preços baixos, custos altos, etc. temos uma crise enorme no setor.

A crise é tamanha que a CNA - Confederação Nacional para Agricultura e Pecuária, estima queda de cerca de R$22,6 bilhões no valor bruto das seis maiores atividades agropecuárias do país, em importância econômica: soja, pecuária de corte, milho, frango, cana-de-açúcar e leite.

Em relação a 2004, em valores corrigidos, trata-se de uma queda de 17,5% só dessas seis maiores atividades.

Bem feito para o agronegócio????

Ótimo saber que lideranças sociais (MST) pensam assim. O setor devia denunciar tais pronunciamentos. Num momento em que máscaras caem, seria bom reforçar o quão preocupado com a sociedade estão alguns movimentos sociais.

Bom, além destes números, deve-se divulgar o estudo do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que relaciona a criação de quase 1,2 milhões empregos diretos, indiretos e sob efeito renda para cada R$10 milhões de demanda anual que se gera no campo. Quanto o Brasil perderá de empregos com o mau resultado?

Segundo notícias divulgadas pelo Agrolink, o cadastro geral de empregados e desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que entre janeiro e junho deste ano o Brasil apresentou um saldo 7,1% menor em relação a igual período do ano passado em empregos formais.

Sozinha, a atividade agropecuária apresentou o pior resultado registrado nos últimos quatro anos. O saldo deste ano é 15,4% menor que o do primeiro semestre de 2004. Isso representa menos 29 mil empregos.

O caso da agricultura, em 2005, exige soluções e medidas, especialmente para os pequenos agricultores empresariais. Quem são eles? Aqueles que, mesmo contra todas as diversidades, buscam produzir de maneira tecnificada, sem poesia e sem bucolismo. É trabalho duro mesmo.



maurício palma nogueira é engenheiro agrônomo, diretor e coordenador da divisão de gestão empresarial da scot consultoria