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Avanço da agricultura não ameaça a pecuária

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 27 de abril de 2007 -10h06
O Brasil possui entre 176 e 220 milhões de hectares de pastagem, o equivalente a cerca de 20% do território nacional ou 70% das áreas sob algum tipo de exploração agropecuária. Acomodadas aí existem mais de 200 milhões de cabeças bovinas, o maior rebanho do mundo.

De acordo com estimativas do Ministério da Agricultura, a taxa de lotação média do Brasil é de 0,94 cabeça bovina por hectare. Se chegasse a 1,4 cabeça por hectare, como acontece em São Paulo, seria possível disponibilizar mais de 70 milhões de hectares para a agricultura, mantendo-se o mesmo rebanho.

Realmente o potencial produtivo da pecuária brasileira é muito grande, e ainda está longe de ser alcançado. Se a taxa de lotação média fosse de 5 cabeças por hectare, sendo que existe tecnologia para se chegar ainda mais longe (apesar do mercado ainda não exigir isso), caberia todo o rebanho bovino do mundo dentro do Brasil.

O avanço da agricultura, portanto, seja para produção de grãos, seja para a produção de biocombustíveis, não é uma ameaça à pecuária. Desde que ocorra de forma gradual, dando tempo para a pecuária incorporar a tecnologia necessária para compensar a perda de espaço, a expansão da agricultura pode ser encarada como uma oportunidade para que atividade avance em termos de eficiência e competitividade. (FTR)