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A pressão sobre a produção de grãos

por Pamela Alves
Quinta-feira, 1 de dezembro de 2011 -16h03
O aumento dos preços de grãos desde 2007 é causado por dois fatores: o crescimento acelerado da demanda e a crescente dificuldade de expansão rápida da produção. O resultado é uma situação completamente diferente da economia dos grãos vista no século passado. Como será a geopolítica dos alimentos em uma era dominada pela escassez? Neste estágio, é possível visualizar as linhas gerais da nova economia dos alimentos.

Do lado da demanda, os produtores agora enfrentam claramente maiores pressões. A primeira é o crescimento da população. A cada ano, os produtores precisam alimentar 80 milhões a mais de pessoas, quase todas elas oriundas de países em desenvolvimento. A população mundial praticamente dobrou desde 1970, e pode atingir 9 bilhões até a metade deste século

Quase 3 bilhões de pessoas estão alterando sua forma de alimentação, consumindo mais carne, leite e ovos.

Mais famílias melhoram sua renda e sobem de posição social, diante disto, espera-se que elas se alimentem melhor.

O poder aquisitivo das pessoas está aumentando. O consumo de carne tem forte correlação com o PIB per capita. À medida que o poder aquisitivo aumenta, o mesmo acontece com o consumo de carne. Em 1961, o PIB per capita no mundo era de US$2.676,00 e o consumo de carne por pessoa era de 23 quilos. Em 2001, cresceu para US$5.611,00 e o consumo cresceu para 38 quilos. Em 2030, o PIB deverá ser de US$7.600,00 por pessoa e o consumo pode chegar a 45 quilos.

Neste contexto, a ascensão da pecuária intensiva é de grande importância para o fornecimento de alimento. O que diretamente eleva a demanda por grãos, como soja e milho.


O consumo de grãos nos Estados Unidos é quatro vezes maior comparado à Índia, que converte pouco desse volume em proteína animal. Ainda.

Fonte: Revista Foreing Policy. Por Lester Brown. Edição de junho de 2011.



*Traduzido, adaptado e comentado por Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria.