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Início da queda de preços dos nitrogenados

por José Francisco da Cunha
Terça-feira, 12 de julho de 2011 -09h41
No mercado americano o produto nos portos do Golfo e Mississipi na semana passada já sinalizavam preços abaixo da Europa e Oriente Médio. Com essa tendência se consolidando, todos estão mais cuidadosos para vender e principalmente para comprar, a espera de uma melhor definição dos níveis do mercado. Enquanto a ureia na semana anterior estava sendo negociada com preços de US$560,00 CIF, comenta-se que até no patamar de US$470,00, não tem surgido interessados, com os compradores se retirando totalmente do mercado. Como naturalmente acontecem, os preços dos outros produtos nitrogenados acompanham o mercado da ureia, podendo-se esperar também quedas para o nitrato de amônio e sulfato de amônio na mesma proporção. Agora as empresas estão convivendo com um grande dilema, pois as últimas aquisições foram feitas com preços crescentes, havendo lotes comprados por preços mais altos do provável ponto de equilíbrio do mercado e outros com preços mais baixos e será preciso resolver rapidamente a que preço vender para não correr o risco de ficar com estoques excessivamente valorizados. Dessa forma, compradores devem ficar atentos para eventuais propostas que estejam favorecidas por um preço médio mais baixo e assim seja uma oportunidade boa de compra, embora ainda não se conheça o piso do mercado.

Fosfatados

Ainda sem dar nenhum sinal de mudança, aparentemente mantendo os preços da semana anterior, mas certamente todos estão de olho e esperando para ver qual vai ser o comportamento após a queda da ureia, principalmente porque, tradicionalmente, os preços oferecem uma queda após o término do plantio da safra americana. De um modo geral já foram importadas grandes quantidades de fosfatados, atingindo mais de 50% das necessidades de importação para este ano e assim o mercado tem condições de estabelecer uma pequena trégua para avaliar melhor qual vai ser o comportamento daqui para frente, sem ser preciso sair comprando tudo que aparecer e garantir produto para novas vendas, pois os agricultores, nesta altura, também já se adiantaram bastante.

Potássio

Preços também estabilizados, mas fica uma questão no ar: a China acertou com os principais produtores, grandes volumes para entrega neste 2º semestre, provavelmente com volumes suficientes para atender as suas necessidades com preços de US$470,00/t, bem menores que as compras que vinham sendo feitas para o Brasil. A mais recente compra neste patamar foi feita com os israelenses da ICL, também em volume de 500 mil toneladas. A Índia, que adquire maior volume que a China sente-se indignada se tiver que pagar preços acima e ainda não definiu seus contratos com os fornecedores para este 2º semestre. Os volumes já importados também são elevados para o período janeiro-junho e por isso, é hora de ficar atento ao comportamento nas negociações com a Índia.

Mercado

As entregas de fertilizantes aos consumidores neste primeiro semestre atingiram níveis quase recordes de 11.171 mil toneladas, volume superado somente pelo 1º semestre de 2008 com 11.500 mil t, quando também houve uma forte antecipação, mas foi seguido de uma retração enorme após setembro devido à crise financeira mundial. Este volume entregue até o momento é representado em parte por uma antecipação das entregas do ano, em que se espera um maior volume no consumo de fertilizantes, havendo também estimativas de uma quantidade significativa já negociada para ser entregue.

Portos

Esse ritmo forte de vendas e consequentemente de compras no mercado externo tem levado os portos à operação de descargas acima da capacidade e consequentemente há um grande volume de produtos em navios a espera do desembarque, principalmente em Paranaguá e Santos, elevando os custos devido ao atraso no desembarque dos produtos. Este pequeno compasso a espera de definições nos preços internacionais poderão ser positivos para equacionar a demanda com a capacidade operacional dos portos e contribuir para que os custos dos fertilizantes sejam maiores ainda devido a despesas extras devido à demora na descarga.