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Ponto de colheita do milho para ensilagem

por Fábio Henrique Agostinho
Quarta-feira, 30 de março de 2011 -11h37
No contexto da crescente necessidade de intensificação da pecuária de leite, o fornecimento de forragens de boa qualidade se faz presente. A conservação de forragens em forma de silagem está entre as maneiras mais difundidas para suprir a demanda por alimentação durante o período da seca, quando as pastagens perdem qualidade e produtividade.

Dentre as diversas opções, a silagem de milho é talvez a melhor delas, pois possui alto potencial produtivo e características químicas desejáveis para sua conservação através da fermentação anaeróbia no silo.

Ao observamos a evolução da cultura de milho, podemos analisar que o teor matéria seca (MS) é crescente com o avanço da maturidade, que se caracteriza pela perda de qualidade das folhas e caule, sendo esta condição compensada com o aumento da participação dos grãos na matéria seca. Diante dessas variáveis é que devemos determinar o momento ideal do corte do milho para ensilagem, onde o teor de MS deverá variar entre 30 e 35%.

De maneira geral, este estágio é geralmente atingido quando a linha do leite nos grãos está entre 1/2 a 2/3 (figura 1), denotando estádio farináceo dos grãos.



No entanto, esta correlação nem sempre é verdadeira devido a características individuais de cada híbrido. Assim, torna-se providencial que se determine a MS da planta inteira através do uso de micro-ondas, estufa de circulação forçada de ar ou aparelhos de medição de umidade, como o Koster. Veja figura 2.



Definindo o momento ideal de corte evitam-se diversos problemas, tais como os que ocorrem quando a planta apresenta elevado teor de umidade (teor de MS<30%), pois, além da menor produção de MS por área, as perdas de MS e nutrientes através de efluentes (tabela 1) serão altamente significativas (lixiviação de carboidratos solúveis, ácidos orgânicos, macro e microelementos minerais e nitrogênio não protéico) o que deprecia a qualidade da silagem, além do risco de contaminação de lençóis freáticos e cursos d’água.



Por outro lado quando os valores ultrapassam os 35% de MS, o aumento da quantidade de fibras faz com que ocorra queda da digestibilidade, prejudicando um nível adequado de consumo pelo animal, além de dificultar a compactação do material, o que pode comprometer a qualidade da silagem, em virtude da presença de ar na massa ensilada.

Dessa forma, definimos que o ponto de colheita do milho para ensilagem afeta diretamente a produção de forragem por área, a qualidade da silagem e o consumo pelos animais, influenciando diretamente os possíveis resultados em um determinado sistema de produção animal.

A excelência da planta de milho para ensilagem é indiscutível em todos os sentidos, cabendo aos técnicos e produtores aferir o máximo possível todas as decisões, tais como escolha do híbrido, condução dos tratos culturais, práticas de ensilagem e adequada inclusão nas dietas, para que esse alimento torne-se sempre uma opção economicamente competitiva.