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Heranças da era Lula: Segundo Ato – Ausência de Investimentos

por Reinaldo Cafeo
Quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011 -12h21
As contas públicas juntamente com as contas externas se apresentam como verdadeiras “heranças” indesejadas da era Lula. Já abordamos a questão externa em outro artigo, vamos portanto focar as contas públicas.

Os gastos públicos cresceram significativamente nos últimos anos, ao ponto de se contabilizar em 2010 um crescimento muito próximo a R$100 bilhões, dos quais cerca de 90% foram destinados ao reajuste de salários.

À medida que o setor público canaliza gastos em excesso para custeio, sobram poucos recursos para investimentos.

Notadamente o governo federal optou pelo caminho mais fácil na tentativa de pagar suas contas: aumento da tributação.

A combinação gastos crescentes em custeio, com baixo investimento produtivo e aumento na carga tributária tem provocado um desarranjo na economia.

Há um enfraquecimento do setor privado, retirando competitividade, levando o consumidor final a pagar mais caro pelos produtos.

A variável mais preocupante é do investimento. O país investe, em média, algo próximo a 18% do Produto Interno Bruto, dos quais o setor privado responde por mais de 90% do volume.

Não investir na produção é retardar a solução dos problemas estruturais do país. O que adianta aumentar a produção agrícola se não há locais para armazenamento, nem estradas adequadas para escoar a produção? Como exportar com os portos obsoletos? Como crescer a indústria se não há investimentos em geração e distribuição de energia? Isso tudo sem falar nos aeroportos, transporte, entre outros.

Na prática não há um projeto que sustente o crescimento ao longo do tempo. O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC tem sido uma tentativa de garantir a sustentação ao crescimento econômico, mas está distante de ser a solução necessária para equacionar os graves problemas estruturais do país.

Se de um lado a era Lula apresentou avanços em várias frentes, de outro lado as “heranças” indesejadas estão cada vez mais expostas. As contas públicas são uma das mais importantes.