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O pacote de bondades

por Reinaldo Cafeo
Sexta-feira, 12 de dezembro de 2008 -13h20
Mesmo em doses homeopáticas o governo brasileiro passa a atacar as consequencias da crise internacional.

De “marolinha” à ações mais contundentes, o governo federal deixou se instalar no país uma crise de confiança. Mexer com expectativas não é tarefa fácil.

Se analisarmos o volume dos recursos envolvidos nesta nova tentativa de injetar ânimo na economia, verificaremos que é pouco.

Avalio que o fundamental é criar um clima de otimismo. Isso não ocorre somente com palavras, como o Presidente faz.

A repercussão de diminuição de tributos, tais como IPI, IOF, entre outros, soa muito bem. Mexer na tabela do imposto de renda, aumentando a renda líquida, notadamente da classe média gera novo estímulo.

Também avalio que os bancos federais têm papel preponderante na redução da taxa de juros na ponta. O mercado teve ampliação da liquidez, com mais recursos advindos da baixa do compulsório, socorros emergenciais, entre outros, mas o dinheiro não chega na ponta e o que é pior com juros finais nas alturas. Se os bancos oficiais reduzirem seus “spreads” com juros menores ao tomador final de recursos, poderá, em parte, induzir a redução de juros dos bancos privados.

O Banco Central poderia ter feito sua parte, reduzindo a taxa básica de juros da economia brasileira. Perdeu grande oportunidade nesta semana.

Enfim, de ação em ação a expectativa é que o impacto no nível de atividade seja no sentido de garantir crescimento econômico para 2.009.

Lamentamos a inércia do governo. Mas é compreensivo, afinal, foram 6 anos de “céu de brigadeiro” para a atual equipe econômica. Agora é hora de ver se eles têm “lata velha para vender”.

Se o volume financeiro da decisão do governo não foi expressivo, que ao menos seja capaz injetar um pouco de ânimo nos agentes econômicos.



Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.