A mídia vem dedicando um tempo cada vez mais crescente ao noticiário policial. Mesmo os jornalísticos que tratavam de vários temas de interesse geral, estão se rendendo aos fatos ligados a esse setor.
Nesse contexto, a melhor “matéria-prima” disponível é a corrupção.
Pessoas ligadas ao governo, são indiciadas por crimes contra o patrimônio público. Isso atinge todos os escalões.
Mas afinal qual o custo da corrupção? Há estimativas apontando o preço da corrupção no Brasil gira em torno de 10 bilhões de reais ao ano. O equivalente a 0,5% do produto interno bruto, que é a medida da riqueza gerada no país.
No mundo todo estima-se que há desvios na ordem de 1 trilhão de dólares.
O que chama a atenção não é o valor em si, que é absurdamente elevado, mas sua cadeia de influência.
Na prática, países que permitem o crescimento da corrupção, que possuem leis brandas, que protegem demasiadamente os chamados “amigos do rei”, não perdem somente o valor objetivo, mensurável, da corrupção, acabam afugentando investimentos do setor privado, capital esse que prefere investir em países mais rigorosos no combate a essa grande praga milenar.
Legislação mais rigorosa, governantes mais éticos, sistema jurídico mais eficaz, participação efetiva da sociedade organizada, são algumas medidas mínimas para atacar o problema.
Passou da hora de mudar esse estado de coisas, afinal, não é possível existir tantas necessidades da população, carente ao extremo, e na outra ponta o dinheiro saindo pelo “ladrão”, literalmente.
Setores da sociedade organizada precisam estimular mudanças estruturais na condução das finanças públicas deste país.
O que está em jogo vai além do valor em si, é uma questão de bem estar social.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.