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Por que ousar nos juros

por Reinaldo Cafeo
Sexta-feira, 25 de maio de 2007 -15h55
Um dos principais instrumentos para controlar a inflação é a condução da política monetária de forma restritiva.

A autoridade monetária combina elevada taxa de juros com elevado nível de compulsório, gerando baixa liquidez no sistema, o que torna os juros na ponta, isto é os empréstimos bancários, proibitivos.

Compare: inflação projetada para este ano na casa dos 3,5%; taxa básica de juros na casa dos 12,5% ao ano; juros na ponta, para empréstimo pessoal oscilando entre 30 e 250% ao ano.

Evidentemente que há outros componentes entre os juros de captação e os juros de empréstimos, tais como carga tributária, inadimplência, custos administrativos, spread bancário, entretanto, a diferença entre a remuneração do dinheiro e seu custo é extremamente elevada.

Com a queda do risco do país, estando o Brasil a um passo de ser considerado nível de investimento e com a inflação controlada, não há motivos de não ousar mais na queda de juros. Vou mais além: ousar na política monetária. Reduzir simultaneamente os juros e o compulsório.

Não é apregoar o afrouxamento pelo afrouxamento, de forma oportunista, sem base técnica. É ousar sabendo que o prêmio pago pelo Brasil para financiar sua dívida e manter a estabilidade de preços é elevado demais e sem necessidade.

Se esperavam um momento da economia para avançar em direção ao crescimento e se tudo que o Presidente Lula fala é verdadeiro, esse momento é agora.

A palavra é ousar.



Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado
em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do
Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas
econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru,
perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível
(perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências
Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do
Escritório de Economia ECONOMI@ Online.