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Revista DBO: Na conta do produtor, a queda do preço do couro

por Equipe Scot Consultoria
Sexta-feira, 2 de outubro de 2009 -11h23
Leia um trecho do artigo de Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria.

Sabemos da existência do ciclo pecuário e que os períodos de depressão econômica não são eternos, assim como os de bonança. Eles se alternam. Por isso, não podemos deixar que nossos pensamentos se contaminem com a inércia dos movimentos de preço. Em algum momento, os mercados viram. No caso do couro, porém, essa evidência parece não valer. O setor mergulhou, há anos, em crise e dá sinais de não conseguir sair dela.

A Scot Consultoria acompanha o mercado de couro verde (pele) desde abril de 2001. Começamos com o couro catado, que é proveniente de pequenos frigoríficos/matadouros. Naquela época, os negócios eram fechados a R$2,25/kg. Em agosto deste ano, porém, o couro catado foi negociado a R$0,27/kg, queda de 91%.

O couro é o único derivado bovino que perdeu valor, em termos nominais, de 2001 para cá. Em termos reais, corrigindo-se as cotações pelo IGP-DI, a desvalorização do couro catado foi de 96%. Virou pó. Em março de 2007 demos início ao levantamento de couro verde de primeira linha, negociado pelos grandes frigoríficos. Na época, o preço estava em R$2,30/kg. Em agosto de 2009, os negócios foram fechados a R$0,52/kg, queda de 77%.

Para os cálculos do couro catado e do couro de primeira linha, tomamos como base o mercado do Brasil Central, que compreende São Paulo e praças vizinhas. Nesse mesmo período - março de 2007 a agosto de 2009 -, o preço boi gordo em São Paulo subiu 41%. Para a carne no atacado (boi casado), a alta foi de 47%; para o sebo, 38%; e para a farinha de carne e ossos, 225%. Somente o couro perdeu valor.

O problema é que há anos o couro tem perdido espaço para os produtos sintéticos. Por esse motivo, o mercado de calçados de couro encolheu de modo acentuado, sendo que hoje o mercado de estofados - móveis e automóveis - é o principal destino da pele.

Leia mais na revista DBO de setembro.

Fonte: DBO. 2 de setembro de 2009.