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Receita da exportação de carne bovina cresce 18,2%

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 14 de agosto de 2008 -10h01
Volume recua 16,6% no período de janeiro a julho

As exportações brasileiras de carne bovina renderam em julho US$513 milhões, alta de 58,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os embarques totalizaram 195 mil toneladas, apenas 1% mais do que o volume de julho de 2007.

As informações foram divulgadas ontem pela Abiec (Associação Brasileira das Industria de Carne). O acumulado do ano registra receita de US$3,017 bilhões, aumento de 18,2% na comparação com os sete primeiros meses de 2007. O volume recuou 16,6%, para 826,5 mil toneladas.

A Abiec mantém a previsão de que as exportações de carne bovina rendam ao país o recorde de US$5 bilhões em 2008.

Segundo o diretor-executivo da associação, Luis Carlos de Oliveira, a retenção no volume se explica pela pouca oferta de animais. O aumento de preço da carne no mercado internacional também inibe o comprador e pesa para esse recuo.

De janeiro a julho, de acordo com a Abiec, o preço médio da tonelada da carne brasileira exportada ficou em US$3651, crescimento de 41,8% em relação a igual período de 2007.

Essa alta reflete a restrição de oferta em todo o mundo, afirma José Vicente Ferraz, diretor-técnico da consultoria AgraFNP. A redução do rebanho no Brasil, principal exportador mundial em volume em 2007, deve fazer com que produção de cortes bovinos no país caia 6,3% este ano, para a faixa de 7,5 milhões de toneladas, informa Ferraz.

Citando dados da Conab como referência, Fabiano Tito Rosa, coordenador de análises setoriais da Scot Consultoria, prevê queda de 7% “com viés de baixa”, para a faixa de 9,5 milhões. A Companhia Nacional de Abastecimento trabalha com números maiores que os da AgraFNP.

Plataforma

As industrias querem aproveitar este segundo semestre para “recuperar a plataforma de exportação”, diz Oliveira.

Para retomar terreno na União Européia, é preciso aprimorar o Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos). Atualmente cerca de 150 fazendas estão habilitadas para o embarque de carne “in natura” aos europeus. Antes das restrições da EU, havia 10 mil propriedades como fornecedora.

A Abiec espera que a partir do próximo mês as indústrias brasileiras voltem a exportar carne industrializada para os Estados Unidos. Os critérios de auditoria entre os dois paises estão sendo harmonizados. Em 25 de setembro está programada avaliação norte-americana.

Representantes do Chile programaram para outubro visita a frigoríficos brasileiros. O mercado chileno está fechado à carne brasileira “in natura” desde os focos de aftosa em Mato Grosso do Sul em 2005.

Fonte: Folha de São Paulo. Dinheiro. Por Gitânio Fortes. 14 de agosto de 2008.