Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br

Deficiência portuária encarece ainda mais o preço do frete

por Equipe Scot Consultoria
Terça-feira, 2 de março de 2010 -13h29
Principais portos estão localizados nas regiões Sudeste e Sul do País, o que provoca perdas relevantes para os produtores de áreas mais afastadas
A quantidade pequena de portos bem estruturados para escoar a produção agropecuária brasileira também representa um custo significativo para o produtor. No caso específico da remessa de grãos ao mercado externo, o entrave logístico ganha um ingrediente a mais em razão das longas distâncias a serem percorridas até a estação portuária mais próxima.

É o que ocorre, por exemplo, na região Centro-Oeste, onde se localizam os principais produtores brasileiros de soja. “Para se ter uma ideia, no ano passado, 50% da safra foi exportada, então há a necessidade de deslocar essa produção até o porto de Paranaguá (no Paraná), a uma distância de mais de dois mil quilômetros”, comenta o consultor Rafael Ribeiro Lima Filho, zootecnista da Scot Consultoria.

Conforme destaca José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP, os principais portos estão localizados nas regiões Sudeste e Sul do País, o que provoca perdas relevantes para os produtores de áreas mais afastadas. “O sujeito produz no Norte do Mato Grosso e a produção vai por caminhão até Paranaguá. É uma distância de mais de três mil quilômetros, algo inconcebível financeiramente falando”, diz Ferraz.

Com exceção dos portos de Paranaguá, de Santos (em São Paulo), e de Itaqui (no Maranhão), os demais não possuem estrutura para receber grandes volumes de carga e não comportam grandes embarcações para escoá-los ao mercado internacional.

Como reflexo dessa insuficiência, os principais terminais existentes trabalham além de sua capacidade limite, provocando atrasos que encarecem ainda mais o preço do frete. “Na época de safra, o caminhoneiro fica de dois dias até uma semana para conseguir descarregar e embarcar a carga no navio. O custo disso é absurdo e, não tenha dúvidas, é repassado ao produtor”, frisa o diretor técnico.

Fonte: Campo News. Por Tisa Moraes. 2 de março de 2010.