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Custos do gado na ponta do lápis

por Equipe Scot Consultoria
Quarta-feira, 21 de novembro de 2007 -11h01
Ser um pecuarista com bom nível de tecnologia e de gestão não é mais diferencial. É um pré-requisito para continuar no negócio. E, para gerenciar bem a propriedade, ensinam os consultores, é essencial calcular os custos de produção. “Só com estes valores em mãos é que o produtor poderá tomar decisões sobre como e onde investir”, diz o consultor da Scot, Fabiano Tito Rosa.

Não há fórmula pronta, porém. Cada fazenda tem suas peculiaridades, que interferem nos custos. Mas existem algumas regras que o produtor pode adotar. Primeiro, ensina o consultor, é setorizar os custos de produção.

No caso de uma fazenda de recria e engorda deve-se levar em conta e dividir as despesas, por exemplo, em custo de reposição (gado comprado), alimentação por animal e total, produtos veterinários, mão-de-obra e gastos administrativos. “Se o custo da produção estiver muito alto, o produtor consegue identificar exatamente onde está errando.”

Para o pecuarista que ainda não tem controle de seus custos, a sugestão é começar aos poucos, dividindo as despesas em três ou quatro setores. Aos poucos, vai aumentando o grau de setorização. “É um processo gradual e contínuo”, diz. Outra dica importante é fazer uma série histórica dos custos de todos os produtos comprados. “Ao longo dos anos, pode-se montar um índice de inflação da fazenda.”

Planilha

O pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Eduardo Simões Corrêa, diz ainda que sem um controle rígido das despesas é praticamente impossível determinar o custo de produção. Para auxiliar os produtores, a Embrapa está desenvolvendo um sistema de controle financeiro simplificado. O programa, chamado de Controlpec, tem como base uma planilha eletrônica e deve ser lançado até o fim do ano.

O aplicativo é dividido em várias planilhas e dá uma base de como o pecuarista pode setorizar suas despesas. A primeira é o plano de contas, divididas em quatro grupos: despesas, investimentos, receitas e pró-labore. “A gente sugere alguns itens, mas cada pecuarista deve definir o conjunto de contas para sua fazenda. Esta escolha depende das características do sistema de produção e do nível de agregação desejado”, diz o pesquisador.

Por exemplo, no grupo despesas pode-se incluir gastos como: arrendamento de pasto, assistência técnica, combustível, fretes, gado para recria e engorda, impostos e taxas, luz e telefone, manutenção de instalações e benfeitorias, manutenção de máquinas e equipamentos, manutenção de pastagem, mão-de-obra, produtos veterinários, suplementos minerais e outras despesas.

Investimentos

Já no item investimentos, incluir animais de trabalho (eqüinos e muares), novilhas e vacas de cria, touros, instalações e benfeitorias, máquinas e equipamentos, pastagens (formações e reformas) e outros investimentos. Em receitas, incluir os animais para abate, fêmeas e machos, venda de outros animais, venda de outros produtos, receita de aluguel de pasto e outras receitas. E no pró-labore, retiradas do produtor, de outros membros da família e de sócio.

A segunda planilha é a mais importante, onde serão feitos os lançamentos diários. O aplicativo dispõe ainda de planilhas de síntese de investimentos e pró-labore e de receitas.

Fonte: O Estado de São Paulo. Suplemento Agrícola. 21 de novembro de 2007.