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RS: Brasileira de Angus defende a rastreabilidade animal

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 2 de setembro de 2010 -08h57
Os painelistas debateram também sobre a possível retirada da vacinação contra a febre aftosa.

Esteio/RS
O presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), Joaquim Francisco Bordagorry de Mello abriu o VII Workshop Carne Angus Certificada agradecendo a Casa RBS por estar sempre ao lado dos produtores e abrir espaço para relevante discussão de temas da carne gaúcha e ao grande número de interessados que prestigiaram o evento promovido pela ABA em parceria com a RBSTV.

“Em todas as edições do workshop conseguimos reunir diferentes elos da cadeira produtiva da carne, fechando o ciclo da produção e fazendo uma ampla discussão sobre tema”, afirma Mello. O disputado VII Workshop Carne Angus Certificada, abriu à tarde com um coquetel de degustação da carne Angus. O painel de Sanidade, que teve Irineu Guarnier como moderador, foi transmitido ao vivo do Canal Rural e movimentou bastante o debate com perguntas interativas do público que acompanhada a transmissão.

Apesar da retirada da vacinação contra a aftosa ser bem vista por muitos estudiosos, o painelista Alcides Torres, que é diretor-presidente da Scot Consultoria, lembrou que há um perigo latente com sua retirada e relembrou o episódio acontecido em 2000, quando o Rio Grande do Sul optou pela retirada da vacina e foi atingido pela doença. “A medida também restringe a movimentação de gado, aumenta o risco em relação à sanidade e traz insegurança com países vizinhos como Equador, Bolívia e Colômbia”, considera Torres.

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, Francisco Jardim, por sua vez, informou que o governo brasileiro desenvolveu parceria estratégica com países vizinhos para combater a febre aftosa na América do Sul e garantiu, durante o workshop, que os recursos para a defesa agropecuária, no próximo ano, não serão contingenciados pelo governo. “Serão repassados mais de R$200 milhões para o setor que cuida do controle de doenças como a aftosa e da entrada de pragas em portos e aeroportos”. Informa Jardim.

O coordenador de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, lembrou que há muito protecionismo de países estrangeiros para abertura de mercado. “Quando o Brasil ficar sem a vacina, vão surgir outras barreiras”, avalia Sampaio, ao desabafar que, hoje em dia, temos uma situação bastante tranqüila com relação à aftosa, mas com o controle.

O professor de zootecnia da Faculdade de Agronomia da Ufrgs, José Fernando Piva Lobato, destacou o sucesso do Programa de Carne da Associação Brasileira de Angus (ABA) reforçando que a carne Angus possui qualidade diferenciada entre as demais marcas oferecendo “alto valor agregado com cortes nobres”, o que justifica a grande procura da Carne Angus no Brasil e exterior. “Chegamos a ter procura de 500 animais/dia para abate”, informa Lobato, que, por isso mesmo, defende que haja muito estudo antes de qualquer medida de retirada da vacinação seja tomada. “Estou tranquilo que Uruguai e Argentina estão livres da doença, mas me preocupa a situação do Paraguai, Equador, Colômbia e Bolívia.

Na segunda parte, o tema rastreabilidade foi moderado por Alcides Torres Jr, da Scot Consultoria. O coordenador do Programa de Rastreabilidade Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Naor Luna, afirmou que uma das atribuições do programa é a oferta da garantia de qualidade para os produtos. Os agentes estão reforçando a equipe de inspeção federal que atua nos estabelecimentos de abate, desossa, manipulação e estocagem de produtos e matérias-primas para atender a demanda que temos para exportação do gado brasileiro.

“Com o aumento na qualidade do produto brasileiro, adaptação ao gosto do consumidor e crescentes esforços coletivos no sentido de promover o aumento no consumo tanto interno quanto externo, a questão sanitária é uma prioridade absoluta”, afirma Diego Alagia Brasil, do Frigorífico Marfrig (RS). A adaptação dos frigoríficos às variações do mercado consumidor são constantes, refletindo diretamente em mudanças no sistema agroindustrial da carne bovina. “Porém, é importante um crescimento sustentável em todos os seus elos, com equilíbrio de renda, preços, valor e respeito ao meio ambiente, às pessoas e aos agentes da cadeia”, completa Marcello Secco, do Frigorífico Tacuarembó.

Fonte: ABA – Associação Brasileira de Angus, 2 de setembro de 2010.