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Baixa oferta pressiona valorização da arroba bovina

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 25 de março de 2010 -14h49
Expectativa é aumentar o consumo de carne nas próximas semanas, após a Quaresma

Com a baixa oferta de animais para abate, parece que o pecuarista resolveu deixar o ‘boi na sombra’, para pressionar uma retomada nos preços e reduzir as escalas de abate nos frigoríficos. Nos últimos dois meses o setor registrou uma alta de quase 5% na arroba em São Paulo, sendo comercializada entre R$78,50 e R$79,00.

“Com a redução nas escalas de abate, a indústria tem que trabalhar com ciclos curtos e passa a ter dificuldades para montar suas escalas a longo prazo. A alternativa é buscar animais em outras regiões ou aumentar o valor pago ao criador”, comenta Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira dos Frigoríficos), explicado que este mercado é cíclico.

Para o zootecnista Ricardo Viana Lopes, da Scot Consultoria, alguns fatores estão contribuindo para que o mercado esteja engessado. Boas pastagens, baixa demanda por carne no período de Quaresma e a insatisfação com o preço do arroba, levam o pecuarista a segurar o rebanho no pasto.

“Em algumas regiões foi registrada a entrega de animais com 20 arrobas, o que demonstra que o pecuarista estava aguardando um melhor momento para comercializar os animais, já que a regra do setor é segurar no pasto estes animais que iriam para o abate, caso os preços não sejam vantajosos para o pecuarista”, observa Lopes.

Pará

Não é apenas na região Sudeste que os frigoríficos estão tendo problemas com as escalas de abate. No estado do Pará a situação é preocupante. Com a obrigatoriedade do CAR (Cadastro Ambiental Rural) para a comercialização de bovinos, apenas 10% das fazendas paraenses cumpriram a burocracia do CAR, o que representa 12 mil propriedades credenciadas, em um universo de mais de 110 mil fazendas.

“Para complicar a situação dos frigoríficos paraenses, tem aumentado a exportação de animais vivos, que indiretamente competem com a escala de abates e pressionam uma valorização da arroba naquele estado, tornando um negócio lucrativo para quem cumpriu as exigências legais do CAR”, comenta Péricles Salazar, da Abrafrigo.

Fonte: Campo News. Por Bruno Sales. 25 de março de 2010.