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O pior momento já passou

por Equipe Scot Consultoria
Quinta-feira, 16 de março de 2006 -11h58
Um ano complicado. Assim a história do agronegócio brasileiro vai registrar o ano de 2005. Mas se tudo transcorrer dentro da normalidade, o setor deverá evoluir positivamente, porém só a partir do segundo semestre deste 2006. Objetivamente e com ampla abrangência, esta é a avaliação que faz o zootecnista e especialista no agronegócio Fabiano Ribeiro Tito Rosa, da Scot Consultoria, de Bebedouro, SP.

O analista relaciona uma série de itens como responsáveis diretos pelos fatos que interferiram negativamente na produção pecuária em 2005:

- Oferta elevada de animais para abate e conseqüentemente de carne;
- Dólar baixo, que prejudicou as exportações, reduzindo as margens dos frigoríficos, que por conseqüência endureceram nas negociações com os produtores/criadores, reduzindo a remuneração desses importantes atores, puxando para baixo o ritmo e os valores praticados em toda a cadeira produtiva da carne;
- Somam-se a tudo isto outros fatores negativos como o ainda baixo consumo interno de carne e a intrincada e pesada carga tributária que incide sobre o segmento;
- E depois de todos esses percalços, no final de 2005 surgiram os focos de febre aftosa, o que serviu para desestruturar e trazer mais prejuízos a toda a cadeia produtiva da carne no Brasil.

“É imprescindível agora a realização de um trabalho muito forte para que o Brasil possa reconquistar a confiança dos mercados internacionais para a carne bovina e principalmente para minimizar as chances da repetição de desastres como o da ocorrência de Aftosa”, condicionou o analista. Para Fabiano Rosa, entretanto, a reconquista dos mercados internacionais para a exportação da carne produzida pelo Brasil, embargados pela ocorrência da Aftosa, deverá estar concluída até o final do primeiro semestre deste 2006, período em que também poderão estar conquistados novos mercados para a exportação da carne bovina brasileira.

Segundo ele, é fundamental que o produtor entenda que um dos fatores de máxima importância na atualidade é a gestão, a administração de todos os fatores que atuam sobre a propriedade e exercem influência sobre os resultados através do tempo.

“Os produtores não podem mais cuidar apenas da porteira da fazenda para dentro. É preciso encontrar cada vez mais novas estratégias de comercialização, ou através de alianças mercadológicas ou da formação de cooperativas ou de programas de abates ou outras fórmulas adequadas a cada caso. Essas novas administrações deverão ser capazes de garantir renda e de impulsionar o sistema produtivo, colocando o produtor num patamar superior da área da produção e dos negócios”, sintetizou o especialista.

E para embasar sua prospecção, de que toda a cadeia da carne vai voltar a evoluir a partir do segundo semestre deste 2006, entre outros argumentos Fabiano Rosa volta a enumerar alguns itens que considera básicos para alavancar suas avaliações:

- 2006 é um ano de eleição presidencial e tudo deverá andar com maior facilidade no País;
- A Copa do Mundo gera uma movimentação e expectativa favorável;
- Existirá redução da oferta de gado para abate, o que preconiza melhor remuneração ao produtor/criador;
- O Dólar deverá reagir;
- E haverá a queda dos embargos internacionais à carne brasileira.

“Neste 2006, deveremos assistir ao final de um ciclo iniciado em 1996, que foi de positiva alta até 2001 e começou a despencar a partir de 2002 até agora”, sintetizou o especialista.

E mais especificamente sobre a raça Angus, o analista não poupa elogios. Para Fabiano, é das poucas raças que reage muito bem à momentânea crise da pecuária nacional. “A carne produzida pela raça é de excelente qualidade, a cadeia produtiva se organiza cada vez mais e melhor, com importantes programas e alianças mercadológicas em vários pontos destacados do Brasil e isto deverá fazer o sucesso
ainda maior dessa já bem sucedida raça de corte, que ganha o Brasil por sua qualidade”, resume o zootecnista.

Fonte: Angus News