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Juan Lebron - Assocon

por Equipe Scot Consultoria
Segunda-feira, 4 de janeiro de 2010 -15h14


Zootecnista pela Fazu (Faculdade de agronomia e zootecnia de Uberaba), proprietário da Raça Embriões (Uberaba), escritório especializado em reprodução bovina e transferência de embriões. Ex-diretor de exportação do Frigorífico Minerva, da Brasif Agropecuária, Agro1.com. e Brasil certificação. Atual diretor executivo da Assocon.


Scot Consultoria: Como é a atuação da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon)?

Juan Lebron: A Assocon tem três linhas principais de atuação:

1) Institucional: representa os confinadores junto aos órgãos governamentais,demais associações, órgãos internacionais, etc. Defendendo e pleiteando tudo aquilo que afete o setor direta ou indiretamente.

2) Serviços: oferecendo serviços diários aos seus associados,tais como :
SAA (Serviço de acompanhamento de abate), analises próprias de mercado do boi, boletins de milho, soja, cambio e outros.

Organização de eventos (Interconf, dias de campo, etc.), escola de capacitação de mão de obra em confinamento.

Pool de compras e pool de vendas, entre outros.

3) PQA (Programa de qualidade Assocon): a implantação e validação de programa próprio de qualidade.


Scot Consultoria: Quais são as expectativas da Associação para o confinamento em 2010?

Juan Lebron: As perspectivas para 2010 são melhores que 2009, porem com extrema cautela, aproveitando dos ensinamentos de um ano de crise.

Iniciamos 2009 de maneira positiva, acreditando e investindo. O ano, entretanto, se mostrou difícil e o excesso de confiança custou caro.

Em 2010, as palavras de ordem são planejamento e prudência.

Se as condições que vemos hoje se mantiverem (cambio e preço do boi magro) provavelmente teremos uma nova redução no volume total confinado.


Scot Consultoria: Em 2009 houve uma queda no número de animais confinados. Para a Assocon, quais as causas dessa retração?

Juan Lebron: Os principais motivos para a retração foram a falta de crédito, o alto preço do boi magro e o baixo preço de venda.

Os grandes fundos de investimento saíram do setor ou se encolheram fortemente, diminuindo a alavancagem do setor.

O boi magro se manteve em preço o ano todo acima das cotações do boi gordo, inviabilizando a atividade.

Por outro lado, os preços de venda foram caindo cada vez mais durante o ano.
Simples dessa forma comprou caro e vendeu barato, resultando em prejuízo.


Scot Consultoria: Quais os fatores que mais pesam para os confinadores na tomada de decisão de confinar (preço da @, custo da dieta, preço boi magro, etc.)?

Juan Lebron: Certamente o fator mais importante, que responde por cerca de 70% do custo, é o preço do boi magro. A compra determina sem duvida grande parte do resultado final, positivo ou negativo, e até certo ponto é administrável pelo confinador.

Se estiver caro não compra, situação que no boi gordo fica difícil. O boi em confinamento é mercadoria perecível, após o primeiro bocado ele não tem retorno. Chegou a hora de sair tem que sair.

Em terceiro lugar vem o valor total da dieta, que colabora com a conta, mais não define de por si a iniciativa de confinar ou não.


Scot Consultoria: Cada vez mais os frigoríficos têm trabalhado com gado de confinamentos próprios, o que você acha disso? Qual o impacto para os confinadores?

Juan Lebron: Não acredito que o caminho seja o aumento continuo de confinamentos próprios de frigoríficos. Não vejo sentido em manter atividades conflitantes, e desviar precioso capital de giro das indústrias para o confinamento.

O foco dos frigoríficos é a indústria, e assim deve continuar sendo.

Agora os confinamentos montados pelos frigoríficos, e tocados com animais dos pecuaristas, isso sim tende a aumentar.

Não compromete o capital de giro da indústria, garante matéria-prima e fideliza o fornecedor.

A diferença é muito sutil quando analisamos o impacto que isto trás ao negócio, em todo caso não nos tornamos concorrentes e sim parceiros dos frigoríficos.

Não acredito ser a melhor opção, mais dificilmente vamos fugir desta estratégia. Aos poucos, como sempre conseguiu, a indústria implementa e conduz as mudanças.

Cada dia estamos um passo mais adiante no caminho da integração.