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“Operação Grandes Lagos”

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 6 de outubro de 2006 -15h29
Ontem a Polícia Federal realizou a operação “Grandes Lagos”, com o objetivo de prender empresários e funcionários de frigoríficos envolvidos em sonegação fiscal.

A Polícia Federal tem mostrado serviço, aliás está mostrando no sentido literal da palavra. Sob holofotes e flashes da imprensa escrita e televisão, os agentes da PF invadem residências, indústrias ou escritórios e efetuam as prisões.

Quem não se lembra das prisões de políticos, donos de cervejaria, contrabandistas chineses e empresários do ramo de vestuário de luxo. Agora foi a vez dos empresários do ramo de frigoríficos.

Num País com o Estado “inchado” como o Brasil, é necessário que se arrecade muito. O problema é que o governo gasta mal e o retorno destes investimentos para a população é pequeno, diferentemente do que ocorre em países desenvolvidos. Isto sem falar nos desvios de dinheiro que ocorrem no meio do caminho.

Em média, países em desenvolvimento têm carga tributária próxima a 28% do PIB, enquanto a do Brasil é de cerca de 40%. As cargas tributárias dos Estados Unidos e do Japão, por exemplo, são próximas a 26% do PIB e a da Austrália 30%, aproximadamente.

Os frigoríficos investigados pela PF devem continuar operando normalmente, entretanto a imagem manchada pode perdurar por algum tempo.

O reflexo dessas prisões sobre o mercado só não foi maior porque grande parte das indústrias frigoríficas acusadas de sonegação é pequena e nenhuma exporta. O efeito de tudo isso pode ser a maior concentração dos abates pelos maiores grupos frigoríficos do País. (FLI)