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Governo ameaça intervir caso falte etanol no mercado interno

por Fabio Lucheta Isaac
Terça-feira, 12 de setembro de 2006 -12h26
O presidente da ANP (Agência Nacional do Petróleo) declarou no início da semana que o governo poderá adotar medidas para limitar as exportações de etanol caso haja a falta do combustível no mercado interno.

A declaração gerou polêmica por parte dos usineiros e distribuidoras de combustíveis.

Incertezas quanto à capacidade do Brasil de produzir álcool em volume suficiente para abastecer o mercado internacional é um dos principais entraves à exportação.

Segundo o presidente da Única (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), nos próximos 4 ou 5 anos o setor vai receber US$ 10 bilhões em investimentos, e esse tipo de declaração gera incertezas e afugenta o investidor. Ele ainda lembrou que o presidente Lula havia estimulado os produtores, durante o lançamento oficial de sua campanha à reeleição, a exportar álcool.

No meio dessa confusão, esperamos que o álcool possa continuar sendo uma alternativa barata à gasolina e que não ocorram flutuações acentuadas em seus preços.

Na virada da década de 1980 para 1990, a experiência com o álcool não foi muito agradável para o consumidor, que “ficou na mão” quando os usineiros marginalizaram a produção de álcool e passaram a priorizar a produção do açúcar para o mercado externo, que tinha preços mais atraentes.

Devemos todos ter os pés no chão e chegar num ponto onde o setor possa colher os frutos com a exportação do etanol, gerando empregos e divisas para o Brasil, e que o brasileiro possa gozar das vantagens do seu mais promissor produto. (JGS)