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Biodiesel força alta no preço do óleo de soja

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 6 de setembro de 2006 -13h24
A demanda pelo óleo de soja para a fabricação de biodiesel nos Estados Unidos fez a cotação do produto subir cerca de 30% na Bolsa de Chicago em 2006. Desde o início do ano, os americanos estão investindo na produção de biodiesel a partir de matérias-primas vegetais em busca de uma alternativa mais econômica e ecológica aos combustíveis tradicionais. Em contrapartida, o aumento do esmagamento da soja para atender o consumo de óleo vegetal gerou excedente de farelo e conseqüente queda nos preços.

Quando é feito o esmagamento da soja apenas 18% do grão é aproveitado como óleo vegetal, o restante é convertido em farelo, que é usado na produção de ração. Hoje, não há expectativa de crescimento na demanda de farelo de soja e o excedente do produto está apenas sendo estocado. “O setor precisa encontrar mecanismos de absorção do farelo e isso não é uma coisa imediata” afirma o diretor técnico da Safras & Mercado, França Júnior. França acredita que o biodiesel é muito bom pois gera uma nova demanda e reverte uma tendência da indústria, que vinha perdendo espaço para a produção de outros grãos . “Na próxima safra, já teremos uma repercussão dos preços”, diz o consultor.

O analista de mercado Emerson Wohlenberg acredita que o produtor de soja não terá prejuízos . “Se há demanda de óleo para energia então teremos um preço mais alto”. Em relação ao excedente de farelo, ele acredita que o preço mais baixo deverá estimular o consumo. “Diminuindo o preço, a demanda aparece”.

Desde o início do ano, o preço da soja vem acompanhando a variação dos preços de energia, como o petróleo. No Brasil, a produção do H-Bio, um novo combustível que começou a ser testado em agosto último pela Petrobras, também deve aquecer a produção do óleo de soja nacional.

Fonte: UDOP / DCI Comércio, Indústria e Serviços