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Entrada de capital estrangeiro em usinas preocupa o governo

por Fabio Lucheta Isaac
Quarta-feira, 30 de agosto de 2006 -12h56
O governo está preocupado com uma possível desnacionalização do setor sucroalcooleiro no país. O aumento da participação de grupos estrangeiros no segmento provocou apreensão.

Atualmente a participação das companhias estrangeiras chega a 5% na produção de cana no país, o que representa quase 20 milhões de toneladas de um total estimado em 420 milhões no Brasil.

Em reunião na semana passada, com empresários do setor, o Ministro da Agricultura analisou os volumes de produção da safra 2006/07. Durante a reunião, ele questionou a participação dos grupos estrangeiros no país.

Ontem (29 de agosto), durante reunião dos empresários do setor com o presidente, a ministra da Casa Civil fez a mesma pergunta.

Segundo o Jornal Valor Econômico, a ministra tinha em mãos uma lista de indústrias estrangeiras e questionou qual a participação desses grupos no país.

O Ministro da Agricultura, que também participou do encontro, relatou que a intenção é saber se os estrangeiros estão avançando no país somente com aquisições industriais ou também comprando terras.

O medo seria de um possível domínio do setor de energias alternativas brasileiro, por multinacionais. Outra preocupação é se aquisições de terras por parte desses grupos, de alguma forma, criariam uma saia justa nos programas de reforma agrária.

Segundo o diretor técnico da Única (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), não há motivos para preocupações pois as aquisições estão acontecendo da mesma forma por grupos nacionais e estrangeiros, ou seja, há aquisição da parte industrial, com arrendamento da área agrícola.

O governo pediu para que as usinas forneçam detalhes dos investimentos dos grupos estrangeiros no país e também está aguardando um estudo que está sendo realizado por estas para avaliar se aprova a elevação da mistura do álcool na gasolina dos atuais 20% para 25%. A redução da mistura da gasolina foi aprovada no início deste ano, como forma de aumentar a oferta do combustível no país durante o período de entressafra.(JGS)