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Vigilância na fronteira com o Paraguai expõe fragilidade do Brasil

por Fabio Lucheta Isaac
Terça-feira, 15 de agosto de 2006 -12h43
O Brasil lidera as exportações mundiais de carne bovina, um negócio que movimenta cerca de US$3,5 bilhões por ano, mas está combatendo o recente surto de febre aftosa à luz de lampiões de gás em Mato Grosso do Sul, fronteira com o Paraguai, a região mais crítica para a pecuária do País.

Passados dez meses da eclosão dos primeiros focos de febre aftosa no Estado e sem a certeza de tê-la erradicado, a defesa sanitária desativou 12 das 17 barreiras montadas naquela época para evitar a disseminação do vírus.

Dos cinco postos de vigilância que restaram na região, dois não têm energia elétrica. Um deles funciona num edifício em ruínas, sem portas e janelas, com as paredes crivadas de balas. São justamente os mais estratégicos, pois deveriam controlar a linha internacional - a fronteira seca entre os dois países.

Hoje, apenas dois agentes trabalham em cada barreira e, quando escurece, eles são obrigados a usar lanternas e lampiões para inspecionar e desinfetar os veículos. Os pulverizadores têm de ser acionados manualmente.

Os homens só trabalham até o início da noite. Depois, são obrigados a suspender o serviço e se recolher por falta de segurança. Daí até o dia amanhecer, caminhões de gado ou de qualquer outra mercadoria podem passar livremente, sem nenhum controle.

É quando entra o boi do Paraguai. O contrabando de gado paraguaio é apontado pelo governo como a provável causa do aparecimento da febre aftosa no Estado. Na época, a arroba do boi no país vizinho estava de 30% a 40% mais barata que no Brasil.

Fonte: O Estado de S. Paulo. Adaptado por Scot Consultoria. 15 de agosto de 2006.