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Cana-de-açúcar: sustentando o setor agrícola

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 11 de agosto de 2006 -13h08
Estamos cansados de saber que o setor sucro-alcooleiro sempre teve grande participação na economia brasileira e nas exportações.

Em São Paulo, a cana-de-açúcar é a principal atividade agrícola, sendo que, em 1999, ocupava 2.744,6 mil hectares ou 37,6% da área das principais culturas.

Gerava por ano (1999) 219.406 empregos em equivalentes-homem/ano, ou seja, 30% do emprego agrícola do estado.

Em 2001 a cadeia produtiva já movimentava cerca de R$12,7 bilhões por ano, ou seja, 2,3% do PIB brasileiro, e gerava com impostos aproximadamente R$1,2 bilhões.

Em 2000 o açúcar ocupava quarta colocação em valores nas exportações brasileiras de produtos primários, ficando atrás apenas de produtos como a soja, café e carne.

Hoje o setor movimenta em torno de R$40 bilhões por ano, somando-se faturamentos diretos e indiretos, o que corresponde a aproximadamente 2,35% do PIB nacional.

É também um dos setores que mais empregam no país, com a geração de 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos, e congrega mais de 72.000 agricultores.

O setor faz do Brasil o maior produtor mundial de cana e açúcar e o principal país do mundo a implantar, em larga escala, um combustível renovável alternativo ao petróleo.

O álcool é reconhecido mundialmente pelas suas vantagens ambientais, sociais e econômicas e os países do primeiro mundo estão interessados em nossa tecnologia.

Somente este ano o Brasil deve obter mais de US$3,5 bilhões em divisas com as exportações de 14,3 milhões de toneladas de açúcar e 2,5 bilhões de litros de álcool.

Na safra 2004/2005, a moagem foi de 380 milhões de toneladas de cana, produzindo 24 milhões de toneladas de açúcar e 14 bilhões de litros de álcool.

Atualmente, o parque sucroalcooleiro nacional possui 304 indústrias em atividade, sendo 227 na região Centro-Sul e 77 na região Norte-Nordeste, as quais sustentam mais de 1.000 municípios brasileiros. Existem ainda 30 projetos em implantação.

Mais de 50 mil empresas brasileiras são beneficiadas pelo alto volume destinado a investimentos, compras de equipamentos/insumos e contratação de serviços por parte das usinas de açúcar e álcool, volume este que ultrapassa R$4 bilhões/ano.

Outro indicador da importância social do agronegócio sucroalcooleiro é a geração de impostos, que nos últimos anos disponibilizaram cerca de R$12 bilhões aos cofres públicos.

A produção mundial de açúcar vai superar o consumo na safra 2006/07, segundo a
Organização Internacional do Açúcar (OIA). O Brasil é o maior produtor e também o principal exportador mundial da commodity.

A região Centro-Sul deve aumentar a produção de açúcar em 23,7% e a de etanol em 13,9%, em relação a 2005.

E a Índia vem aí...

Um país que vem com força no setor é a Índia.

Os indianos deverão se tornar uma potência no mercado do açúcar refinado no ciclo 2006/07 e ocupar parte do espaço deixado pela União Européia.

O país asiático deve produzir um volume recorde de 22,7 milhões de toneladas de açúcar. Na temporada 2004/05, a safra indiana foi de 19,4 milhões de toneladas.

A indústria está confiante de que a Índia vai exportar pelo menos 2 milhões de toneladas de refinado em 2006/07.

Por outro lado, a Índia tem um problema de confiabilidade em termos de mercado externo. Segundo a Dow Jones, como exemplo pode-se citar o recente embargo às exportações de açúcar decretado pelo governo local, com o objetivo controlar os preços no mercado interno. (JGS)