Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br

Beijing ou Pequim?

por Janaína Silveira
Sexta-feira, 20 de maio de 2011 -09h43
Afinal, qual é mesmo a capital da China? Beijing ou Pequim?

Os nomes provocam confusão e muitas pessoas acham que se trata de dois lugares distintos. Não. Ambos se referem à mesmíssima cidade. Mas por que as duas formas?

Beijing resulta da reforma feita pelo governo chinês para padronizar a transliteração dos caracteres chineses para o alfabeto que conhecemos, o romano. Esse sistema chama-se pinyin e, pra quem mora por aqui e quer aprender o mandarim, acaba por ser fundamental. Pelo pinyin, então, o som destes dois caracteres 北京 fica Beijing, cujo significado é Capital do Norte.

O professor Cláudio Moreno sustenta que em português devemos continuar a utilizar Pequim, como herdamos dos portugueses de Portugal. Assim como devemos seguir fiéis a Xangai – e não adotarmos o Shanghai, por exemplo, outro nome que "mudou" com a padronização do pinyin. Por quê?

Porque são formas consagradas pelo uso. Para completar, o nome destas cidades, na verdade, não mudaram, apenas seguem um novo padrão, válido, principalmente, para a própria China.

Mas, prefiro Beijing. E por quê?

Primeiro, a padronização do pinyin ajuda a reconhecer os fonemas chineses. Faz uma grande diferença ler Xangai e Shanghai.

Depois, mesmo que eu ainda seguisse apegada aos nomes que aprendemos nos livros e estamos acostumados a ler nos jornais e revistas do Brasil, ainda assim teria de aprender Beijing, Guangzhou (Cantão) e diversas novidades instituídas pela padronização do pinyin porque este é o sistema que se adota nas transliterações em terras chinesas e já incorporado às grandes mídias norte-americanas e de vários países europeus.

Além de cada vez mais comum, usar Beijing é acolher o nome que as pessoas do lugar usam. Acho até um sinal de carinho. É preciso falar Beijing, assim como aprender a dizer obrigado (xiexie) e desculpa (duibuqi) assim que se pisa aqui.

Fonte: Radar China. Por Janaína Camara da Silveira. 20 de maio de 2011.