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Mundo mais tropical

por Fabio Lucheta Isaac
Sexta-feira, 26 de maio de 2006 -13h03
A zona tropical terrestre pode estar aumentando de tamanho. Dados obtidos por satélites mostram uma expansão da região contida entre os trópicos de Câncer e Capricórnio nos dois hemisférios.

Segundo os autores do estudo, das universidades de Utah e Washington, nos Estados Unidos, análises feitas com dados colhidos a partir de 1979 indicam um aumento nos trópicos de 1 grau de latitude em cada hemisfério desde então, o equivalente a cerca de 230 quilômetros no total.

Os pesquisadores não sabem se a expansão tropical teve como causa uma variação climática natural ou foi motivada por algum fenômeno como o aquecimento global ou a diminuição da camada de ozônio.

“A possível expansão dos trópicos é um aspecto completamente novo das mudanças climáticas. É algo muito importante que, se for confirmado, pode significar que desertos subtropicais estejam também se expandindo em direção a regiões largamente povoadas”, disse um dos autores do estudo, Thomas Reichler, da Universidade de Utah, em comunicado da instituição.

Segundo o cientista, longos períodos de estiagem e climas inusitadamente secos em anos recentes em regiões como a Europa Mediterrânera e o Sudoeste da América do Norte podem estar relacionados ao aumento dos trópicos.

Os autores do estudo agora pretendem investigar o que poderia estar provocando a expansão tropical. “Dizer que mudanças relativas ao aquecimento global poderiam estar induzindo o fenômeno é algo totalmente especulativo nesse momento. Mas é o que queremos verificar”, disse Reichler.

A zona tropical é definida geograficamente pela parte da superfície terrestre caracterizada por temperaturas quentes e localizada entre o trópico de Câncer, a 23,5 graus de latitude Norte, e o trópico de Câncer, a 23,5 graus de latitude Sul. Mas meteorologistas geralmente consideram que os trópicos se estendem a 30 graus a partir do Equador.

O artigo Enhanced midlatitude tropospheric warming in satellite measurements, de Q. Fu, C.M. Johanson, J.M. Wallace e T. Reichler, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org