De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro, as importações brasileiras de produtos lácteos somaram US$67,5 milhões.
Foi o recorde mensal, considerando os últimos dez anos.
O produto que mais colaborou com esse aumento foi o leite em pó, passando de US$23,2 milhões em agosto para US$39,2 milhões em setembro. Em volume, o Brasil comprou 9,6 mil toneladas de leite em pó em setembro.
Observe na figura 1 que em todos os meses de 2011, importamos mais leite em pó que em 2010.
Os países que mais embarcaram lácteos para o Brasil foram a Argentina, com US$41,7 milhões, seguida pelo Uruguai, com US$20,9 milhões. Em terceiro lugar surge a França, com US$2,4 milhões, passando o Chile, que totalizou US$1,7 milhão em setembro.
Com o aumento da captação de leite em outubro a tendência é que as importações recuem nos próximos meses. A valorização do dólar também deve colaborar.
Do lado das exportações, o faturamento foi de US$9,7 milhões em setembro. Aumento de 12,5% frente aos números de agosto, mas queda de 37,0% em relação a setembro de 2010.
A balança comercial do setor acumula déficit de US$434,8 milhões em 2011. Isto é 54,5% acima do verificado em todo o ano passado.
LEITE EM PÓ ARGENTINO
O Brasil e a Argentina possuem um acordo que restringe as exportações argentinas de leite em pó para o Brasil em 3,3 mil toneladas mensais. Discussões a respeito vêm acontecendo desde o início do ano, mas nenhuma decisão foi tomada até o momento.
Observe na figura 2 que em todos os meses de 2011 a Argentina exportou mais para o Brasil do que o permitido, com exceção de julho.
No acumulado de 2011 (janeiro a setembro), importamos 37,3 mil toneladas de leite em pó argentino, média de 4,1 mil toneladas mensais. Este volume é 24,2% maior que o acordo propõe.
Em 2010, observamos que em todos os meses o acordo foi respeitado, com exceção de abril.
O produto argentino entra no mercado brasileiro com preços competitivos, concorrendo diretamente com a produção nacional.