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UHT: consumidor está pagando 24% menos que em igual período de 2009

por Alex Santos Lopes da Silva
Sexta-feira, 30 de julho de 2010 -13h36
Sob forte influencia do leite em pó e de alguns tipos de queijos, em julho, o mercado atacadista de produtos lácteos trabalhou em queda.

Além da menor demanda neste período do ano (férias), existe grande oferta de leite em pó importado, que chega ao país com preços competitivos.

Para complicar, as exportações brasileiras do produto estão patinando neste ano.

Com relação ao leite longa vida, depois de uma queda de 18% entre maio e junho, as cotações ficaram estáveis em julho.

Algumas empresas estão com estoques razoáveis de leite UHT. A questão é que, em muitos casos, a matéria-prima para o processamento foi adquirida quando o preço do leite estava em alta.

No varejo, em São Paulo, a cotação do UHT caiu pelo terceiro mês consecutivo.

Desta forma, a margem de comercialização entre o varejo e o atacado, em julho, ficou em 15%, enquanto a média dos últimos treze meses foi de 17%.

Em igual período do ano passado a margem dos supermercados era de 24%. Naquele momento o mercado estava ajustado.

Para se ter idéia, em julho deste ano, o consumidor pagou 24% menos pelo leite longa vida em relação ao mesmo período de 2009, quando os negócios ocorriam acima de R$2,40/litro.

O leite UHT que vem de outros estados, em geral mais barato, também colabora para a pressão de baixa, já que concorre com o produto paulista.

Por fim, o cenário para o leite e derivados é baixista. Entretanto, não são esperadas quedas significativas. O final das férias escolares pode dar fôlego às vendas no curto prazo.

É preciso, no entanto, analisar a questão das importações.

Em médio e longo prazos, a retomada da produção (a partir de setembro) deve voltar a pressionar para baixo as cotações caso a demanda não evolua.