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A produção de leite na Argentina

por Alex Santos Lopes da Silva
Terça-feira, 31 de maio de 2011 -15h19
Argentina é considerada a décima nação em volume de leite produzido, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês).

Em 2010 o país produziu 10 bilhões de toneladas de leite, enquanto o Brasil atingiu 30,9 bilhões, ou seja, produziu três vezes mais que o país vizinho.

No entanto, as exportações argentinas de lácteos atingiram 263 mil t enquanto o Brasil alcançou as 53 mil t.

O produto argentino é mais competitivo no mercado internacional, em termos de preço.

O leite em pó argentino, por exemplo, é vendido no mercado externo, em média, a US$4,5 mil a tonelada enquanto o Brasil, exporta a mesma quantidade a US$5,2 mil.

O real valorizado leva a um encarecimento do produto brasileiro no mercado internacional.

O leite em pó do país vizinho, aliás, tem se tornado atrativo até mesmo para os importadores brasileiros que vinham comprando grande quantidade para comercializar no mercado doméstico.

Para diminuir a competição foi estabelecida uma cota máxima de três mil toneladas mensais de leite em pó que podem ser importadas daquele país pelo Brasil.

PREÇOS PAGOS AO PRODUTOR

O produtor argentino recebeu pela produção de abril cerca de $1,55/l o que equivale a R$0,609/l.

Isso reduz o custo das empresas locais comparado aos laticínios brasileiros que, segundo último levantamento realizado pela Scot Consultoria, pagaram em média, R$0,799/l.

Mais um fator que favorece a competitividade dos produtos vizinhos no mercado externo.

MERCADO INTERNO

O consumo per capita de leite na Argentina é estimado em 203 litros por habitante ao ano, segundo o Ministério da Agricultura argentino (MINAGRI).

No Brasil esse consumo está por volta de 170 litros. Os baixos preços dos lácteos no mercado interno argentino estimulam o consumo. Tabela 1.



Do leite argentino, aproximadamente 75% é destinado a produção de derivados, sendo que 44% são transformados em queijos e 13% em leite em pó. A informalidade do setor é baixa, 7,8% do leite captado, enquanto no Brasil chega a 32%, o que pode ser explicado pela vocação exportadora, somado a uma produção menor comparada à brasileira.

Por fim, a Argentina possui um setor leiteiro amparado por um mercado interno forte e preços competitivos para atuar no mercado internacional.