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Alta para o produtor de leite, a exceção foi o Nordeste

por Rafael Ribeiro
Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 -15h23
Questões climáticas adversas e a queda natural na curva de produção de leite repercutiram em uma menor oferta para a indústria.

Com isso, o preço do leite ao produtor subiu. A exceção foi a região Nordeste, onde o volume captado é crescente.

SUDESTE

Na principal bacia leiteira do país, Minas Gerais, o preço do leite subiu 2,2% no pagamento de fevereiro.

Em média, o produtor recebeu R$0,65/litro, 11% acima do verificado no mesmo período de 2009.

De acordo com levantamento da Scot Consultoria, 60% dos laticínios pesquisados captaram menos leite.

A menor oferta aumenta a concorrência entre as indústrias.

No mercado spot (leite comercializado entre as indústrias) a procura aumentou. Os negócios ocorreram em R$0,73/litro em fevereiro (alta de 20% em relação a janeiro).

No Leste mineiro, a falta de chuva e o calor intenso têm prejudicado a produção.

Em São Paulo, o produtor recebeu, em média, 2,5% a mais pelo leite no pagamento de fevereiro.

O preço mínimo no estado foi de R$0,54/litro, enquanto o máximo chegou a R$0,75/litro. Em média, o
produtor recebeu R$0,70/litro, o maior valor entre todas as praças pesquisadas (figura 1).



No mercado spot paulista os negócios, em muitos casos, ocorrem acima de R$0,80/litro (posto na fábrica).

Para o próximo pagamento, a tendência é de alta em 88% das empresas consultadas.

SUL

No Sul do país, a situação é semelhante: os produtores estão recendo mais pelo litro de leite devido aos fatores mercadológicos, de demanda e problemas na produção.

A captação diminuiu em 76% das empresas na região, sendo que em alguns casos, houve diminuição de até 20% no volume coletado.

As altas variaram entre 2% e 6% na comparação com o pagamento anterior.

CENTRO-OESTE

A concorrência aumentou também no Centro-Oeste.

Em Goiás, o leite ao produtor subiu 5% e, com isso, os valores ficaram mais próximos da média nacional. Veja a figura 2.



“A concorrência aumentou também no Centro-Oeste.”

Na comparação com Minas Gerais, no entanto, o valor do leite pago em Goiás fechou 2,5% menor em fevereiro.

No Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, os produtores receberam, em média, R$0,51/litro e R$0,55/litro, respectivamente.

NORDESTE E NORTE

No Nordeste, a captação de leite, em janeiro, foi maior que em dezembro na maioria dos laticínios pesquisados.

Dessa forma, o preço do leite ao produtor caiu.

Na Bahia, principal bacia leiteira da região, as quedas somam 15% desde o pagamento de setembro (figura 3).



Em fevereiro, o produtor baiano recebeu, em média, R$0,59/litro.

Em Pernambuco e no Maranhão o produtor está recebendo 18% menos em relação ao pico registrado em setembro/outubro.

Para o próximo pagamento a tendência é de estabilidade na região. Apesar da maior oferta de leite, as vendas no varejo melhoraram, ajustando o mercado.

É preciso destacar, no entanto, que março e abril são os meses mais prováveis de chuva na região, o que deve provocar aumento na produção. Dessa forma, os preços podem voltar a cair.

Em Rondônia, o leite subiu 2% e o produtor recebeu, em média, R$0,50/litro. O preço máximo chegou em R$0,57/litro.

No Pará, as cotações ficaram estáveis em R$0,45/litro, uma das menores verificadas no país.

“Na Bahia, principal bacia leiteira da região Nordeste, as quedas somam 15% desde o pagamento de setembro.”