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Mercado demonstra maior reação dos últimos meses

por Rafael Ribeiro
Quarta-feira, 1 de julho de 2009 -11h04
Em junho, o preço do leite pago ao produtor subiu na maioria das bacias leiteiras.

A menor oferta de leite acirra a concorrência entre os laticínios.

Confira a seguir um resumo do mercado do leite nas principais regiões produtoras.

SUDESTE

Em Minas Gerais, o preço do leite ao produtor subiu 7,6% em junho, referente à produção de maio.

A captação está em queda. Mais de 65% das empresas consultadas disseram que o volume de leite entregue caiu.

A alta no preço do leite nos últimos meses deve estimular os investimentos na produção.

Para o próximo pagamento, 95% dos laticínios acreditam em alta de preço para o leite.

O preço do leite no mercado “Spot” (leite comercializado entre as indústrias) subiu 11,7% em Minas Gerais.

Os poucos negócios ocorreram em média em R$0,86/litro.

Em São Paulo, o leite também subiu. No pagamento de junho, o produtor recebeu, em média, 8,2% a mais pelo leite.

Foi o segundo maior preço pago no País, atrás somente do leite produzido no Espírito Santo que registrou alta de mais de 18%. Veja a figura 1.



O mercado “spot” paulista esteve devagar. Em geral, os negócios ocorrem mediante contrato prévio com preços variando entre R$0,90/litro e R$1,00/litro.

A concentração de partos nesta época do ano (em função de preços melhores) já foi suficiente para mexer no volume de leite disponível.

Dessa forma, a captação ficou estável em 55% dos laticínios pesquisados.

SUL

No Sul do país, o preço do leite ao produtor subiu mais de 10% nos três Estados.

No Paraná, a alta chegou a R$0,09/litro e o produtor recebeu, em média, R$0,742/litro.

Apesar da estiagem entre abril e maio, as pastagens de inverno aos poucos vão vingando com as recentes chuvas e a produção tende a se estabilizar nos próximos meses.

Em Santa Catarina, aos poucos o preço do leite caminha para os valores pagos em 2008. A diferença em relação a junho do ano passado é de menos de 2%.

CENTRO-OESTE

O mercado do leite está concorrido na região Centro-Oeste do país.

Dessa forma, a alta no pagamento de junho, referente à produção de maio, foi bem mais significativa que nos meses anteriores.

Aos poucos, os ganhos com as vendas dos produtos lácteos no varejo e no atacado são efetivamente repassados aos produtores.

Em Goiás, principal bacia leiteira da região, o preço do leite ao produtor ultrapassou a casa dos R$0,70/litro.

Observe a figura 2. Em 2008, o preço em Goiás era menor que o vigente em Minas Gerais.



Em junho deste ano, o produtor goiano recebeu 3% mais que a média verificada em Minas Gerais.

O leite “spot” subiu 8,7% em Goiás na comparação com maio. Em média os negócios ocorreram em R$0,83/litro.

No Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso as cotações do leite também subiram. A alta foi de 9,9% em relação ao pagamento anterior.

NORDESTE E NORTE

No Nordeste, as chuvas típicas do período frio possibilitaram boas condições para as pastagens nesses últimos meses.

A captação ficou estável em 60% dos laticínios consultados.

Entretanto, a recuperação das vendas de lácteos no mercado traduziu-se em alta no pagamento ao produtor.

O Ceará registrou os maiores aumentos da região e o produtor recebeu, em junho, cerca de R$0,03/litro a mais pelo leite entregue em maio.

Na Bahia, o aumento foi mais tímido e não chegou a 1% na comparação com o pagamento anterior.

O atual valor está quase 12% menor que em junho do ano passado (figura 3).



O Maranhão segue com o menor
preço vigente no País, R$0,484/litro.

No Norte, em Rondônia e Pará os preços subiram 10% e 5,5%, respectivamente.

A expectativa é de alta para o próximo pagamento em quase 60% das empresas pesquisadas.