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Leite em queda no país

por Rafael Ribeiro
Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011 -10h05
É safra e a produção de leite aumentou. Segundo o índice Scot de captação de leite, considerando a média nacional, o volume captado pelos laticínios e cooperativas cresceu 1,8% em outubro.

Em novembro o incremento foi maior. A produção cresceu 2,6% na comparação com outubro. Veja a figura 1.



O índice é uma ponderação dos resultados para a captação de leite em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Bahia.

A produção foi menor apenas no Rio Grande do Sul em função da estiagem que prejudicou a rebrota do capim. Apesar disto, o aumento da captação nas demais regiões compensou a queda no estado.

Não foi só a produção que aumentou, a demanda diminuiu.

A maior oferta de leite acompanhada de uma redução da demanda por lácteos provocou a queda do preço do leite pago ao produtor.

No varejo, o leite longa vida (UHT) que era comercializado acima de R$2,30 por litro em São Paulo há dois meses, hoje é facilmente encontrado nos supermercados com preços abaixo de R$1,80 por litro.

Abrindo um parênteses, estes dias no supermercado, por curiosidade comecei a olhar a data de fabricação dos leites UHT.

Boa parte deles havia sido produzido em setembro.

Isto significa que as empresas de fato estavam estocadas e agora esses produtos começam a chegar ao mercado com preços bem menores.

Os queijos, que vinham com preços firmes, também ficaram mais baratos nas últimas semanas colaborando com a pressão de baixa no mercado do leite.

E para o produtor?

No pagamento de novembro, que remunera a produção de outubro, o produtor recebeu, em média, 2,3% menos por litro de leite. O preço médio ficou em R$0,82 por litro.

Em valores nominais, o leite está 14,5% mais caro na comparação com o mesmo período do ano passado (figura 2).



Para o pagamento a ser realizado em meados de dezembro a expectativa é de queda.

Os recuos estão estimados entre R$0,01 a R$0,03 por litro conforme a região.

No Centro-Sul, a expectativa é de crescimento da oferta até janeiro/fevereiro, manutenção em março e queda a partir de abril do ano que vem.

Apesar da queda para o produtor, cabe destacar que a tendência é de recuo nos custos de produção, com a melhoria das condições das pastagens e queda de preço do milho, por exemplo.