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Leite e carne de clones

por Leonardo Alencar
Sexta-feira, 27 de outubro de 2006 -20h03
  • O nascimento da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado, gerou muitas discussões no meio científico e no público em geral. A partir daí, inúmeras pesquisas foram feitas para certificar a segurança de se consumir a carne ou o leite de animais clonados.

  • Após anos de relutância quanto à liberação da utilização comercial dessa tecnologia, surgem novas pesquisas atestando a impossibilidade de diferenciar um produto convencional de um produto originado de clones.

  • A agência norte-americana que controla todas as questões relacionadas à indústria alimentícia e farmacêutica – FDA (Food and Drug Administration) – deve liberar o uso de animais clonados na cadeia de produção de alimentos até o final do ano.

    MAS... É SEGURO?

  • Em 2002, um estudo realizado no Japão comprovou que não havia diferenças biológicas – saúde, comportamento, química sanguínea, etc. – entre ratos alimentados com carne e leite convencionais ou provenientes de animais clonados.

  • Em 2004, outro estudo comprovou que não havia, também, diferença na taxa de crescimento, consumo de alimentos, aspectos comportamentais, reflexos motores e na geração de descendentes em ratos alimentados de forma semelhante ao estudo anterior.

  • No mesmo ano, um segundo estudo atestou que o leite de vacas convencionais e clonadas são idênticos quanto à sua bioquímica.

  • Em 2005, amostras de leite de clones e de animais convencionais também foram testadas e se mostraram idênticas. Amostras de carne passaram pelo mesmo crivo e, de um total de 100, apenas 12 foram identificadas como diferentes, sendo que 8 apresentavam maior incidência de ácidos graxos benéficos e, nas outras 4, a variação estava dentro da oscilação aceita.

  • Conclui-se que, uma vez que não existe diferença entre os produtos convencionais e os originados de clones, estes são tão seguros quanto os consumidos pela população atualmente.

    ROTULAGEM

  • Com a liberação, cabe ao consumidor final a escolha de comprar, ou não, leite e carne provenientes de animais clonados. Para tanto, será necessário identificar na embalagem a origem do produto.

  • Outra polêmica reside neste campo, com a insistência de empresas contra a clonagem de que esses produtos devem receber a mesma classificação dos transgênicos. Entretanto, transgenia e clonagem são tecnologias em nada semelhantes.

  • Clones podem ser vistos como gêmeos monozigóticos ou univitelinos (oriundos do mesmo embrião), apesar de terem nascido em gerações diferentes. Enquanto que transgênicos seriam animais que tiveram seu DNA alterado.

    IMPLICAÇÕES

  • Imagine aquela vaca campeã de produção leiteira da fazenda. Agora imagine um rebanho inteiro com vacas campeãs na produção de leite. Esse talvez seja o sonho de qualquer pecuarista.

  • Por outro lado, com a maior incidência de animais grandes produtores de leite, a produção total saltaria, talvez, acima da capacidade da indústria de processamento.

  • Vantagens e desvantagens, como toda tecnologia.

    CONCLUSÃO

  • A história já mostrou, de inúmeras maneiras, que ignorar o avanço da tecnologia, ou mesmo tentar retardar seu emprego, é de pouca utilidade.

  • Entretanto, quando a novidade vai de encontro a questões de religião e ética, é preciso que tudo seja feito com transparência e sempre deve existir espaço para o livre arbítrio.