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Perspectivas de produção de leite

por Maria Gabriela Tonini
Segunda-feira, 29 de outubro de 2007 -13h00
Segundo dados do Instituto de Pesquisa em Alimentos e Políticas Agrícolas (Fapri) a produção de leite bovino no mundo, em 2016, deve continuar concentrada nos maiores produtores atuais.

Basicamente, os maiores produtores de leite continuarão a sê-lo. É o caso da União Européia, Estados Unidos, Índia, China, Rússia, Brasil, Nova Zelândia, Argentina, Austrália, que, juntos, serão os responsáveis pela produção de 445,06 milhões de toneladas métricas de leite. Em 2006, os mesmos países foram os responsáveis pela produção de aproximadamente 380 milhões de toneladas.

No entanto são distintas as variações esperadas na produção de cada País. Observe a tabela 1.



Nos próximos dez anos, o maior crescimento na produção de leite é esperado nos países em desenvolvimento. Estes têm maior disponibilidade de área para ampliação da produção e também, por causa da baixa produção por animal – comparada aos países desenvolvidos – responderão mais à aplicação de tecnologia.

A produção de leite na China tende a crescer 66,14% nos próximos dez anos, enquanto a produção da União Européia, por exemplo, deve recuar 0,66% no mesmo período.

AUSTRÁLIA

Para a Austrália, o Fapri indica um aumento de produção de cerca de 23,8% nos próximos dez anos. Mas os especialistas australianos estão preocupados com a real possibilidade de aumento na produção de leite no país nos próximos anos.

Além da limitada disponibilidade de áreas para expansão da pecuária leiteira, a seca pode restringir o aumento esperado para a produção.

SECA

O suprimento de água da Austrália vem, basicamente, dos rios Murray e Darling. Juntos, eles formam o sistema hídrico responsável por irrigar cerca de 40% da produção agropecuária australiana.

Segundo o Governo Estadual da Austrália, no fim de setembro, o estoque de água do sistema do rio Murray estava em 23%, o menor desde 1957.

A falta de chuvas e as altas temperaturas, decorrentes principalmente dos fenômenos climáticos do La Niña, provocaram a redução da disponibilidade de água no principal sistema hídrico do país. Hoje, a disponibilidade de água do rio Murray é a menor dos últimos 116 anos.

Autoridades locais estão tomando medidas para amenizar a falta de água, realocando e desviando os cursos da água. Mas, pelo menos até o final do ano, não existe previsão de melhoria da situação.

Os problemas com a seca na Austrália podem ocasionar um aumento na produção de leite menor que o esperado para 2016. Isso sem contar a produção de outros setores do agronegócio, que também são afetados pela falta de água. Houve redução na produção agrícola e aumento dos preços das principais commodities.