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Curtimento mantém a trajetória de queda

por Fabiano Tito Rosa
Sexta-feira, 16 de outubro de 2009 -13h26
O mercado do couro verde está andando de lado.

A frouxidão cambial e a dificuldade de repasse dos últimos reajustes da matéria-prima para o couro curtido tiraram a força do movimento de alta.

Preços estáveis também para o sebo bovino, mediante relativo equilíbrio entre oferta e demanda.

CURTIMENTO EM QUEDA

O curtimento de couros, no Brasil, está em queda desde 2007, em função de problemas diversos que impactaram negativamente os resultados da atividade. Observe a figura 1.



Dentre esses fatores destacam-se a perda de mercado para produtos sintéticos, as oscilações cambiais, as pressões ambientais e, mais recentemente, a crise econômica.

Entre 2006 e 2008 a queda de curtimento foi de 15%, ou 6,62 milhões de couros.

Considerando os primeiros semestres, a queda de 2006 a 2009 foi de 24%, ou de 4,95 milhões de couros. É muita coisa.

Entre 2006 e 2009 a Scot Consultoria estima que os abates de bovinos registrem retração de 15%. Veja que a queda esperada para os abates (e, conseqüentemente, para a produção de peles ou couro verde) é menor do que a queda que vem sendo registrada para o curtimento. É por isso que o menor processamento de couros não pode ser creditado exclusivamente à redução da oferta de matéria-prima.

Para 2010, em função da recuperação da economia mundial, tendência de retomada de crescimento dos abates e entrada de novos participantes (players) no mercado, a expectativa é que o curtimento de couros no Brasil volte a crescer.

O maior desafio deverá ser o câmbio, uma vez que as apostas de mercado são de dólar ao redor de R$1,80.