Scot Consultoria
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Para o alto e avante!

por Fabiano Tito Rosa
Sexta-feira, 25 de setembro de 2009 -17h32
Recordo que, quando o couro verde de primeira linha caiu para R$0,45/kg no Brasil Central, com negócios de R$0,20/kg para o couro catado, eu me indaguei se esse poço tinha fundo. Afinal, o mercado estava em baixa intermitente há anos.

Ontem, porém, no Brasil Central, de acordo com levantamento da Scot Consultoria, começaram a ocorrer negócios em R$0,90/kg, para o couro verde de primeira linha. Alta de 20% em uma semana, 50% em 30 dias e de 100% em 60 dias.

O couro catado, também no Brasil Central, chegou a R$0,50/kg. Mais do que dobrou nos últimos dois meses.

No Rio Grande do Sul, onde a nossa referência é o couro catado, o mercado alcançou R$0,80/kg.

Alguns fatores explicam a valorização do couro verde.

Primeiro, os negócios com couro curtido, no mercado internacional, estão começando a reagir. Apesar do preço médio se manter bastante baixo, ficando em US$3,46/kg em agosto (48% abaixo do mesmo período do ano passado), está em alta há três meses, assim como o faturamento total.

Depois, é preciso considerar que as ofertas de pele encontram-se relativamente reduzidas, sendo que os abates voltaram a cair.

O principal fator de alta, porém, é a retirada das peles da JBS do mercado, deixando alguns curtumes desabastecidos e o mercado bastante especulado.

Já se fala em couro de R$1,00/kg. Vamos acompanhar.

A PRESSÃO CHEGOU AO SEBO

A pecuária foi eleita o inimigo número um da humanidade. Os argumentos contra a produção de bovinos são cientificamente frágeis, mas têm sido entoados como um mantra.

E a pressão chegou ao sebo.

Matéria do último dia 22, vinculada pelo Repórter Brasil, dá conta de que a gordura animal (ou seja, o sebo) já responde por 14,62% da produção nacional de biodiesel, chegando a atingir um pico de 25% em janeiro deste ano.

Fantástico, não?

Mas a reportagem insinua que as usinas de biodiesel não costumam divulgar que utilizam gordura animal no processo de fabricação do combustível (como se precisassem). E argumenta: "A explicação para o silêncio pode estar nos graves problemas sociais, ambientais e trabalhistas da pecuária no Brasil. Associar a cadeia do agrocombustível a esses impactos negativos certamente prejudicaria a boa imagem de combustível limpo que empresários e gestores públicos vêm tentando criar".

“Omitir dos consumidores a relação entre pecuária e biodiesel significa... enganá-los com o falso discurso da sustentabilidade".

É mole?

Convido os leitores para acompanharem nossa opinião em torno desse tema na edição 83 da Carta Boi.