Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br

Couro exportado no fundo do poço

por Fabiano Tito Rosa
Sexta-feira, 15 de maio de 2009 -18h00
Pressão de baixa sobre o couro verde. Os grandes frigoríficos ainda conseguem negociar a R$0,60/kg, mas os curtumes querem afundar a cotação para R$0,50/kg.

A demanda está fraca, os preços internacionais estão baixos e o real está em valorização.

Diante desse cenário, será difícil manter os preços do couro verde ao longo dos próximos dias.

NO FUNDO DO POÇO

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 26,70 mil toneladas de couro em abril, um crescimento de 8% em relação às 24,70 mil toneladas de março.

É o quarto mês seguido de aumento no volume exportado, apesar de ter havido uma retração de 5% em relação a abril de 2008.

O problema está nos preços, que têm prejudicado o faturamento. Em abril último, ele ficou em US$81,20 milhões. Um reajuste de apenas 2% em relação a março (bem abaixo do crescimento registrado para o volume), com queda de expressivos 56% em relação a abril do ano passado.

Veja na figura 1 o comportamento dos preços médios do couro brasileiro exportado. A cotação de abril, US$3,04/kg, foi a menor desde janeiro de 2000, quando ficou em US$2,83/kg.



Em abril do ano passado, o couro brasileiro foi negociado, em média, a US$6,49/kg. Veja que, de lá para cá, o valor caiu a menos da metade.

Nem a forte desvalorização do real, ocorrida no período, anulou o impacto desse movimento. O couro exportado saiu de R$10,96 em abril de 2008 para R$6,70/kg no mês passado, queda de 39%!

Como se não bastasse, o real agora está em valorização. No ano passado, o dólar (média de dezembro) fechou em R$2,41. No fechamento desta coluna já estava em R$2,07.

Tal comportamento castiga ainda mais as margens dos curtumes, alimentando pressões de baixa sobre o couro verde.