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Até a gripe suína virou desculpa

por Fabiano Tito Rosa
Sexta-feira, 8 de maio de 2009 -17h34
O mercado do couro verde está andando de lado, ou seja, sem alterações para os valores considerados referenciais. O que se tem são variações normais em função de volume e qualidade, que levam o couro catado a oscilar entre R$0,25 e R$0,40/kg, e o couro de primeira linha entre R$0,40/kg e R$0,60/kg.

Os negócios com couro curtido, que já não caminhavam bem, diminuíram o ritmo em função da gripe suína. Ao menos é a “desculpa” que compradores norte-americanos têm usado para pressionar ainda mais o mercado. Existe um temor de que a epidemia dificulte a retomada do crescimento da economia dos Estados Unidos.

Diante dessa conjuntura e da valorização do real nas últimas semanas (acompanhe na figura 1), alguns curtumes já se mostram dispostos a voltar a pressionar negativamente o mercado do couro verde. Do outro lado, porém, encontram forte resistência dos frigoríficos.



É preciso considerar também que a oferta de peles melhorou no Brasil Central, principalmente em função da seca que acomete o Mato Grosso do Sul. Sem conseguir segurar os animais no pasto, os pecuaristas vendem. E se tem mais boi para abate, tem também mais couro para os curtumes.

De toda forma, a maioria dos agentes consultados pela Scot Consultoria acredita que a tendência de curto prazo ainda é de preços estáveis para o couro verde. Para o médio prazo ninguém arrisca palpite.

MERCADO DO SEBO EM EQUILÍBRIO

Os compradores de sebo também registraram um ligeiro aumento de oferta, mas a demanda tem sido suficiente para absorver a produção. O mercado está equilibrado.

A tendência é que, no frio, a demanda por sebo por parte do setor de higiene e limpeza diminua. No entanto, essa primeira onda de temperaturas mais baixas ainda não foi suficiente para tirar a sustentação dos preços.

O preço do sebo está estável na casa de R$1,50/kg, tanto no Brasil Central quanto no Rio Grande do Sul, desde meados de fevereiro.