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Otimismo

por Douglas Coelho
Quinta-feira, 30 de agosto de 2018 -14h40

Depois de um ano duro como o de 2017, o pecuarista olha para a janela e consegue ver luz depois da tempestade.


Mesmo com a demanda interna caminhando a passos lentos, a ausência de fatores externos tem levado o mercado físico (a arroba do boi gordo) para a normalidade.


Tanto o Leandro Bovo, como eu já abordamos aqui neste espaço a força das exportações nos últimos meses. Isso não é novidade e com o ritmo forte dos embarques desde a terceira semana de agosto/18 é possível que sejam exportadas entre 140 e 150 mil toneladas de carne bovina neste mês também.


O meu ponto desta vez é abrir o olho do leitor para o mercado interno. As variações deste nicho são mais silenciosas e ocorrem dia-a-dia. Segundo a CNC (Confederação Nacional da Indústria), a intenção de consumo das famílias tem crescido nos últimos 2 anos. Os componentes deste índice que tiveram o maior aumento foram justamente o nível de consumo atual e a perspectiva de consumo, com 39% e 33%, respectivamente.


Fazendo um paralelo com o mercado futuro do boi, no início desta semana, o contrato de out/18 rompeu o canal forte entre R$149,00 e R$151,00/@, que seguia desde meados de maio deste ano. É possível acreditar que algum otimismo foi refletido nos mercados também.


Neste sentido, a busca por calls de pecuaristas que travaram o termo tem sido cada vez mais comum nas últimas semanas. O perfil da operação é bastante conservador e pode ter um custo mais atraente em dias de baixa na B3.


Para quem tem o boi no pasto, ficar a mercê da oscilação de preços ou da vontade do comprador beira quase à especulação. Isso porque o valor destinado para a proteção de preços (put) ou a potencialização de ganhos (call) é relativamente bem menor do que o patrimônio envolvido na produção.