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Milho segue em baixa!

por Leandro Bovo
Quinta-feira, 27 de abril de 2017 -14h40

O mercado físico de boi gordo parece ter encontrado um certo ponto de equilíbrio nas cotações de curto prazo, que permanecem relativamente estáveis ao redor dos R$138,00/@ livre de Funrural na praça paulista. O interesse de venda do pecuarista nos preços atuais ainda permanece restrito e não há pressão pelo lado da oferta, porém, a indústria também não tem motivos para acelerar as compras, o que mantém o mercado andando de lado.


Nessa última semana houve uma movimentação maior das grandes indústrias de São Paulo na venda de carne com osso, o que acabou colocando pressão baixista nesta mercadoria e como consequência diminuindo o fôlego das indústrias menores que pagavam os preços mais altos pelo boi. Pelo lado das exportações, as notícias também não são animadoras e os dados divulgados no dia 24/4 dão subsídio para projetar uma exportação de abril ao redor de 70 mil toneladas, que seria uma queda de 30,3% abaixo de março/17 e 20,8% abaixo de abril de 2016.


Talvez a única boa notícia para o pecuarista nessa semana tenha sido a queda dos preços do milho, que vem cedendo praticamente sem parada desde o início do ano. Com as chuvas dessa semana atingindo grande parte das regiões produtoras, a expectativa de colheita de uma safrinha cheia vai ganhando cada vez mais força e com isso os preços do mercado futuro vão cedendo na mesma proporção. O contrato de milho para setembro/17 voltou a testar sua mínima a R$27,00/saca trazendo a relação de troca @/saca para a máxima recente 5,15, como pode ser observado na figura 1.


É bem verdade que a precificação atual do mercado futuro de boi não traz nenhuma grande oportunidade de trava de preços remuneradores, mesmo considerando a queda recente do custo de produção. A questão que se impõe é se o que está ruim não pode piorar ainda mais, já que sem poder contar com uma boa sustentação pelo lado da demanda, os preços podem sofrer mais pressão caso a oferta de animais confinados seja alta como nos leva a crer o excesso de milho que teremos no mercado esse ano. Na dúvida, o ideal é ter alguma estrutura de proteção de preços para a entressafra.